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Remédio manipulado pode ter causado a morte de oito pessoas

Técnicos de saúde de Minas investigam intoxicação de cápsulas para combater parasitas

Caso suspeitas se confirmem, proprietário da Fórmula Pharma pode ser preso, diz Vigilância Sanitária

FELIPE LUCHETE
DE SÃO PAULO

A ingestão de um medicamento manipulado pode ter causado a morte de pelo menos oito pessoas em quatro cidades mineiras da região de Teófilo Otoni (446 km de BH).

A última vítima é uma jovem de 22 anos, morta na madrugada de domingo. As outras tinham entre 46 e 87 anos.

A primeira morte ocorreu no dia 20, mas a suspeita apareceu dez dias depois, quando um casal foi internado após ingerir cápsulas de Secnidazol 500 mg produzidas pela farmácia Fórmula Pharma -o casal continua no hospital, sem risco de morrer.

As secretarias estadual e municipal de Saúde suspeitam que todos os oito mortos tenham ingerido o medicamento, que é usado para combater parasitas e deve ser vendido sob prescrição médica.

Outras 11 pessoas também podem ter usado o mesmo lote do remédio, diz a pasta estadual, com base em documentos encontrados na farmácia.

Entre os sintomas de intoxicação medicamentosa estão hipotensão (queda da pressão arterial), braquicardia (batimento cardíaco reduzido), dor no peito e marcas roxas na pele. Amostras do produto estão sendo analisadas, e o resultado deve sair nesta semana.

A secretaria investiga se foi usado anti-hipertensivo na fórmula -diminuindo a pressão de quem a ingeriu- ou se ocorreu contaminação cruzada -por outro medicamento manipulado na mesma data.

No início do mês, foi determinado que a farmácia deixasse de funcionar. Apenas a drogaria que fica no mesmo local poderia operar, vendendo somente remédios industrializados.

Técnicos constataram no sábado, porém, que a medida não vinha sendo cumprida.

Também descobriram que o Secnidazol era vendido sem atestado e encontraram estoques já manipulados -ele só deve ser feito por encomenda, disse o subsecretário de Vigilância e Proteção da Saúde em MG, Carlos Alberto Gomes. O local foi interditado, e a Polícia Civil abriu inquérito.

Caso as suspeitas se confirmem, será aberto procedimento para impedir a farmácia de voltar a funcionar, diz Gomes. O proprietário pode até ser preso, segundo a Vigilância.

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