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Futuro da profissão preocupa, diz entidade

Representantes de fotógrafos e cinegrafistas pedem melhor capacitação para quem faz cobertura de confrontos no Rio

A morte de Gelson Domingos, da TV Bandeirantes, abriu o debate sobre as condições de trabalho das equipes de reportagem nos confrontos do Rio de Janeiro.

Ele foi o primeiro integrante de uma equipe a morrer nessa situação, segundo a Arfoc-Rio (Associação Profissional dos Repórteres Fotográficos e Cinematográficos).

Alguns, porém, já foram baleados. O caso mais recente ocorreu em novembro de 2010, na ocupação do morro da Alemão: Paulo Whitaker, fotógrafo da agência Reuters, levou um tiro no ombro.

A Arfoc-Rio se disse preocupada com o "futuro da profissão" na cidade. A entidade pediu a capacitação dos profissionais para atuar em reportagens que envolvem riscos. "Está mais do que provado que jornalistas precisam se capacitar para esse tipo de cobertura e, quando julgar necessário, se recusar a arriscar a vida", disse, em nota.

O Sindicato dos Jornalistas do Rio foi mais duro e culpou a TV Bandeirantes pelo ocorrido. "Isso [o colete usado por Domingos] é uma maquiagem. Os coletes não oferecem segurança para o profissional porque não protegem contra os tiros de fuzil, a arma mais usada pelos bandidos e também pela polícia do Rio."

A TV Bandeirantes se defendeu. "A segurança de seus funcionários sempre foi prioridade para a emissora, que nunca se negou a discutir ações relacionadas ao tema. O sindicato propôs um curso dado por policiais do Bope sobre posicionamento em áreas de risco. Repórteres e cinegrafistas da Band foram treinados", disse, em nota.

"Sobre o colete utilizado nas coberturas, trata-se do III-A, o modelo de maior capacidade de proteção liberado pelas Forças Armadas para utilização por civis."

A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) divulgou nota assinada pelo presidente da entidade, Emanuel Soares Carneiro, dizendo que "lamenta profundamente" a morte do cinegrafista da Bandeirantes.

Para a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, o "trágico episódio reforça o sentimento de gratidão e de solidariedade a todos os profissionais de todas as categorias que arriscam-se em suas tarefas diárias em prol dos brasileiros".

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