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Alunos têm até as 23h para sair de reitoria

Justiça autoriza uso de força policial na USP após encerramento do prazo

RAFAEL SAMPAIO, COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Termina hoje às 23h o prazo dado pela Justiça para a desocupação da reitoria da USP. Se a decisão for desrespeitada, há autorização de uso de força policial para retirada dos manifestantes.

O prédio foi invadido na madrugada de quarta por 50 estudantes contrários à presença da PM na Cidade Universitária, na zona oeste paulistana. A USP tem 89 mil alunos (50 mil nesse campus).

O prazo para a saída foi acertado em reunião entre representantes dos alunos e da reitoria, ocorrida no sábado.

Os invasores afirmam que a desocupação da reitoria depende de aprovação em uma assembleia geral dos alunos.

Segundo Alexandre Guimarães, 21, da comissão dos estudantes, "só haverá assembleia após mais negociações com a reitoria".

O procurador-geral da USP, Gustavo Ferraz Mônaco, afirma que a reitoria está disposta a fazer uma reunião hoje, desde que seja procurada.

Além da saída da PM, os invasores querem o fim de processos administrativos contra 20 alunos presentes em atos nos anos anteriores.

Em troca da desocupação, a reitoria oferece a criação de grupos para discutir o convênio firmado com a polícia. E também se propõe a revisar os processos contra alunos.

A polícia passou a ter maior atuação na USP em setembro, depois do assassinato de um aluno no início do ano. A medida causou debate na universidade.

A entrada na reitoria ocorreu após desocupação do prédio da administração da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas), que havia sido invadido por estudantes em reação à detenção, pela PM, de três colegas por posse de maconha.

Na terça, os alunos realizaram uma assembleia que decidiu por 559 a 458 votos desocupar o edifício da FFLCH. Uma parte da minoria derrotada invadiu a reitoria.

CLIMA

O clima ontem entre os invasores era de aparente tranquilidade. A Folha acompanhou a rotina no prédio, mesmo com os alunos proibidos de conceder entrevistas e imprensa impedida de entrar.

Por volta das 10h30, alguns estudantes dormiam -eles estão concentrados em um dos salões principais do local, e a área tem colchões, sacos de dormir e barracas.

Os colegas acordados se dividiam preparando a refeição e discutindo a situação. Alguns lembravam a invasão de 2007, mais numerosa.

O prédio tem pichações nas paredes. As câmeras do circuito interno foram quebradas -mascarados, os alunos temem punição se forem identificados, possibilidade que a USP não descarta.

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