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Partidarização estudantil é ruim, diz reitor

EDUARDO GERAQUE
DE SÃO PAULO

A relação entre partidos políticos e movimento estudantil é maléfica para a USP, afirma o reitor, João Grandino Rodas. Em entrevista por e-mail, ele diz ser contra agremiações políticas financiarem chapas de estudantes.
Rodas, ex-diretor da Faculdade de Direito, defendeu a ação da PM para desocupar a reitoria e diz não ter havido "demonstração gratuita de força". Leia a seguir os principais trechos da entrevista.

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Folha - Os alunos reclamam que a PM está no campus para persegui-los e que não surtiu muito efeito na criminalidade. Qual é a opinião do senhor?
João Grandino Rodas - O sentimento normal de que a PM esteja no campus para perseguir alunos, se é que existe, será eliminado com o dia a dia da polícia comunitária que está sendo implantada. Se, entretanto, tal sentimento tiver fundamento político e ideológico, não será tão simples.
Os índices de criminalidade no campus, após a intensificação do policiamento, caíram sensivelmente. Basta verificar os casos de sequestros-relâmpagos.

E qual é o papel da Guarda Universitária da USP?
É patrimonial. Desarmada e, por lei, não tem poder de polícia. Tal poder a Constituição reserva à PM. Havendo treinamento, pode auxiliar e complementar o trabalho da PM.

A PM precisava de 400 homens, armamento pesado, helicóptero e cavalaria para retirar dezenas de alunos que dormiam dentro do prédio? Não foi uma demonstração gratuita de força?
Na minha opinião de leigo, foi acertada a decisão da PM de entrar desarmada e sem apetrechos para lançamento de gás lacrimogêneo. Isso, contudo, tinha de ser contrabalançado pelo aumento do número de pessoas envolvidas na operação. Taticamente, toda operação necessita de apoio externo, aéreo e terrestre. Dessa forma, considero não ter havido demonstração de força gratuita.

Os alunos que invadiram a reitoria em anos anteriores continuam na USP?
Há processos administrativos em curso contra invasores de anos pretéritos.

Como o senhor avalia o movimento estudantil dentro da USP? Os grupos estão fazendo uma militância política democrática, na sua visão?
No meu entender, a militância política com relação aos DCEs e centros acadêmicos é importante e deveria levar em conta a política universitária. Não é construtivo para a USP uma política estudantil que gravite em torno de partidos da política nacional ou, pior, que seja financiada e dominada por eles.

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