Índice geral Cotidiano
Cotidiano
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Foco

Aluguel de casa em favela já tem valor igual ao de imóvel no centro

FERNANDA BARBOSA
DO “AGORA”

Das curvas do Copan aos tijolos da favela mais populosa da capital, um só preço. O aluguel de R$ 550 banca, da mesma maneira, uma quitinete do edifício projetado por Oscar Niemeyer e uma casa de quarto e cozinha, sem janelas, em Heliópolis (zona sul).
Urbanização, chegada de infraestrutura de transportes e maior procura -gerada por desapropriações- impulsionaram aluguéis em favelas. Em dois anos, os preços dobraram e se igualaram ao de quitinetes na região central.
No Jd. Miriam, no Cantinho do Céu e em Heliópolis, na zona sul, uma casa de três cômodos é alugada por R$ 700. Em Paraisópolis, zona sul, uma de 80 m², com três quartos, dois banheiros, garagem e quintal, chega a R$ 1.000.
O ajudante de almoxarife Marco Antônio Souza Silva, 31 anos, diz ter se assustado com os preços quando teve sua casa desapropriada, há um ano. "Ganho auxílio de R$ 400 e não achei nada por menos de R$ 500", conta.
"Não tem casa por menos de R$ 600", diz Elena dos Santos, que aluga imóveis há 37 anos em Paraisópolis. A mesma média de preço foi paga em julho em quitinetes da Barra Funda (zona oeste) -sem contar a taxa de condomínio.
O secretário municipal da Habitação, Ricardo Pereira Leite, diz que a melhora econômica motivou a alta nos preços.
Essa melhora de vida, segundo ele, separou famílias que antes viviam juntas e aumentou a procura. Atualmente, 180 mil delas coabitam. A estimativa é a de que 80 mil deixem de fazê-lo até 2014.
Para Marcelo Manhães de Almeida, presidente da Comissão de Direito Urbanístico da OAB-SP, a informalidade -acordos de locação com base na confiança- dificulta a migração dos moradores para imóveis fora de favelas.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.