Rua 25 de Março lota até debaixo de chuva

O feriadão chuvoso em São Paulo trouxe milhares de consumidores para a rua 25 de Março, principal centro popular de compras da capital. O movimento surpreendeu os lojistas e foi considerado a largada para o Natal.

"Acho que muita gente foi para o litoral, mas voltou por causa da chuva. Então, acho que resolveram antecipar algumas compras de Natal", disse Eliana Nami, gerente da Selina Bijuterias.

Uma das principais lojas da região, a Armarinho Fernando atraiu milhares de consumidores. Os cerca de 3 mil metros da loja estavam tomados. Por entre corredores estreitos, consumidores se espremiam e se acotovelavam.

As filas dos 28 caixas eram longas, com espera de pelo menos 20 minutos.

Segundo Ondamar Ferreira, gerente da loja, a previsão não era essa. "Fomos surpreendidos. A avaliação é que esse movimento será a largada para o Natal. Agora, a gente só para em 24 de dezembro."

Para este ano, a loja estima venda entre 6% a 7% superior à registrada no Natal de 2010.

TURISMO

Além do paulistano que acabou ficando na capital, a 25 de Março recebeu ontem muita gente do interior de São Paulo, que também decidiu enfrentar a confusão no trânsito e a chuva para gastar com itens natalinos.

Após percorrer várias lojas, a professora Adriana Gonzales, de Tatuí (141 km de SP), aguardava as amigas para retornar ao interior. "Não fui viajar, então resolvi passear na 25 de Março", disse. A chuva, o trânsito e o cansaço não pareciam incomodá-la. "É divertido", concluiu.

Leda Tarallo Lanaro, de Campinas (93 km de SP) também aproveitou o feriadão para fazer compras. Sob um toldo disputado (a chuva não deu trégua), esperava a filha se desvencilhar da fila do caixa.

Por dia, a 25 recebe pelo menos 400 mil pessoas. Há datas, porém, em que o movimento ultrapassa 1 milhão. Com o trânsito fechado, as ruas ficam tomadas de gente.

Hoje, as lojas devem abrir a partir das 8h. O horário de fechamento dependerá do movimento, mas pode ser de dia normal, até às 18h.

A rua, que homenageia a primeira Constituição do Brasil, promulgada pelo Imperador D. Pedro I, não irá resguardar a data de reverência à República que acabou com o Império no país.

O espírito da 25 de Março agora é outro. O do Natal.