Denúncias por telefone disparam após ocupação

Um dos primeiros efeitos práticos da ocupação das favelas da Rocinha, do Vidigal e da Chácara do Céu foi sentido pelo Disque-Denúncia.
Nos dois primeiros dias de domínio do Estado nas três comunidades da zona sul do Rio, o número de ligações para o serviço telefônico da Secretaria de Segurança disparou: aumentou 3.750%.
No domingo e na segunda, foram 308 ligações com informações principalmente sobre paradeiro de traficantes e localização de depósitos de armas e drogas. Nas três semanas anteriores, a média era de quatro denúncias diárias sobre Rocinha e Vidigal.
De acordo com a secretaria, todas as denúncias estão sendo investigadas.
A maioria dos denunciantes diz que os traficantes locais fugiram para as favelas Minha Deusa, Vila Vintém e Vila Kennedy, na zona oeste.
O aumento no número de ligações para o serviço já vinha aumentando nos dias anteriores, com a expectativa da ocupação. Desde o dia 1º, o Disque-Denúncia recebeu 673 ligações relacionadas às favelas -30 vezes mais do que no mesmo período em 2010, quando foram recebidas 22.

APREENSÕES
Não por coincidência, ontem foi o dia mais profícuo nas apreensões na Rocinha.
Até o fim da tarde, policiais do Bope apreenderam 82 armas. Entre elas, uma metralhadora.50, de uso exclusivo das Forças Armadas e com poder de furar blindados e derrubar helicópteros.
Apesar da chuva e da presença da polícia, os moradores mantiveram a rotina.
Em visita ao Vidigal, o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, voltou a defender que Antônio Bonfim Lopes, o Nem, chefe do tráfico na Rocinha, ajude a prender pessoas ligadas ao crime organizado, incluindo policiais corruptos, em troca da redução de sua pena.