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Genésio Chimentão (1934-2011)

O melhor árbitro do PR em 1966

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Antes que o relógio marcasse um minuto completo, Genésio Chimentão assoprou o apito para iniciar a partida.
O jogo estava atrasado, e o público, nervoso com a espera. Mesmo assim, o protocolo teve de ser cumprido em memória de uma autoridade que morrera na véspera.
Mas foi só a bola rolar que um grito partiu das arquibancadas: "Juiz ladrão. Roubando até no minuto de silêncio".
Manifestações como essa Genésio acostumou-se a ouvir nos tempos de árbitro no Paraná, nos anos 50 e 60.
Saído de Sertanópolis (PR) ainda pequeno, cresceu em Londrina, onde começou a vida profissional como alfaiate. Por cerca de 16 anos, manteve um negócio no ramo.
Já apitava um ou outro jogo até que, um dia, decidiu se profissionalizar. Passou a fazer muitos jogos pelo Estado e abandonou a alfaiataria.
Em 1966, foi escolhido por um jornal como o melhor árbitro do PR. Chegou a receber convite da federação mineira para apitar por lá, mas não quis sair de perto da família.
Genésio ganhou o apelido de Rei da Cumbuca, porque seu nome sempre saía no sorteios que escolhiam os juízes.
Sua mulher, Antônia, recortava tudo que saía sobre o marido nos jornais e fez um álbum. A família guarda o primeiro apito e as chuteiras que ele usava e tem o projeto de fazer um livro sobre o árbitro.
Depois de pendurar o apito, deu aulas em cursos de juízes de futebol e trabalhou como vendedor de bebidas.
Nos jogos que via com a família, era uma espécie de comentarista de arbitragem.
Morreu na quinta, aos 76, após uma parada cardíaca. Teve três filhos e cinco netos.

coluna.obituario@uol.com.br

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