Vereadores querem aumento salarial, 13º e mais empregados

Os vereadores de São Paulo querem aumentar seus próprios salários, passar a receber 13º e criar 39 cargos na Câmara Municipal e no TCM (Tribunal de Contas do Município) com remunerações que chegam a R$ 11.505.
Isso tudo está previsto em um pacote de projetos apresentado nesta semana. Aprovados, implicarão um custo extra de ao menos R$ 13,9 milhões por ano, o suficiente para construir três escolas.
O 13º salário passaria a ser pago aos vereadores da próxima legislatura (2013-16), que serão eleitos no ano que vem. Eles também passarão a ganhar R$ 15.031 mensais -hoje, o salário é de R$ 9.288.

AUMENTO JÁ
A remuneração dos atuais também irá mudar. Um dos projetos fixa reajuste de 22% retroativo a março -o mesmo dado aos funcionários.
Com isso, os vereadores da atual legislatura passariam a receber R$ 11.393. Além de salário, todos têm verbas mensais para pagar assessores e cobrir despesas de gabinete.
Em fevereiro, a Câmara elevou o salário, com base em resolução interna, em 61%, mas a Promotoria foi à Justiça e o valor não foi pago.
Dois projetos criam nove cargos de direção em dois órgãos da Câmara: sete na Escola do Parlamento -que promove cursos e seminários- e dois na Ouvidoria.
Os salários têm variação de R$ 8.853 a R$ 10.712.

SEM CONCURSO
Além dos cargos, um dos projetos fixa a remuneração por hora-aula de servidores que dão cursos na Escola do Parlamento -os valores variam de R$ 126 a R$ 321.
A Câmara tem hoje 1.708 funcionários. A maioria -1.046- é escolhida pelos 55 vereadores, sem necessidade de concurso público.

TRIBUNAL
O TCM, órgão ligado à Câmara, também terá a sua cota de novos cargos.
O projeto foi elaborado pelo próprio tribunal e encaminhado à Mesa da Câmara.
Serão 30 novos servidores, todos ligados à escola de contas do tribunal. Os salários variam de R$ 4.060,68 (assessores) a R$ 11.505,47 (para o futuro diretor da instituição).
Também serão contratados 13 novos auxiliares com no mínimo ensino médio e salários de R$ 2.754,29. Esses serão escolhidos por concurso.
O objetivo, de acordo com o TCM, é ampliar os serviços da escola, que já treinou 11 mil servidores municipais.
Os novos servidores vão custar R$ 8,7 milhões por ano ao tribunal, que hoje gasta R$ 170,9 milhões com pessoal com seus 594 funcionários.
Outro projeto prevê o pagamento de horas-aula para os funcionários do TCM que derem aula na escola de contas. Para isso, diz o tribunal, não haverá impacto financeiro nas contas do órgão, porque há um fundo especial de despesas criado para isso.