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Alunos da USP adiam eleição para o DCE e mantêm greve

Também foi marcada uma passeata para a próxima quinta na av. Paulista

Direção do DCE afirma que é preciso mais tempo por causa de greve; oposição chamou a decisão de 'golpe'

RAFAEL SAMPAIO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

ROBERTO DE OLIVEIRA
DE SÃO PAULO

Em assembleia, os estudantes da USP decidiram ontem manter a greve iniciada na semana passada e adiar as eleições para o DCE (Diretório Central dos Estudantes) para março do ano que vem -a votação ocorreria nos próximos dias 22, 23 e 24 de novembro.
Eles também decidiram realizar uma passeata na próxima quinta-feira, com saída da avenida Paulista às 14h.
Duas mil pessoas participaram, segundo o DCE. Uma nova reunião marcada para a próxima quarta pode mudar o quadro atual.
Thiago Aguiar, aluno de ciências sociais, diretor do DCE e membro da chapa Não Vou Me Adaptar, diz que a eleição precisa de uma participação igualitária e que, com a greve, algumas faculdades ficam esvaziadas. "Precisamos de mais tempo de debate para realizar a votação".
Rodrigo Souza Neves, 24, aluno de gestão de políticas públicas e integrante da chapa Reação, critica a decisão.
Para ele, a assembleia não foi representativa. "Foi uma manobra política da gestão do DCE para esvaziar eleição. Foi um golpe". Sua chapa defende o fim da greve dos alunos e um plebiscito sobre a permanência da PM na Cidade Universitária (zona oeste).
Caso a eleição do DCE seja de fato adiada, duas propostas serão analisadas pelos estudantes: a prorrogação do mandato da atual chapa até o fim do ano ou que o comando de greve assuma o diretório.
A greve de alunos foi decidida na semana passada, após a desocupação da reitoria da universidade.

POLARIZAÇÃO
Por enquanto, cinco chapas disputam o diretório. Quatro delas são de inclinação política de esquerda, favoráveis à greve e, portanto, à prorrogação da eleição.
A chapa Reação se autointitula apartidária, apesar de sete de seus 61 integrantes serem filiados a partidos como PSDB e PV. As outras chapas a classifica como de "direita".
Integrantes de chapas de esquerda acreditam que, com o adiamento da votação, suas diferentes correntes possam se unir e, assim, reduzir o número de concorrentes.
Mas a ideia não é consenso entre o grupo. "Essa união seria artificial pois temos diferentes métodos e práticas", afirma Vivian Valente Petri, 21, da chapa Universidade
em Movimento.

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