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Ministro oferece verba para cracolândia

Ideia é que unidades funcionem 24 horas e tenham médicos, enfermeiros e psicólogos

FERNANDO RODRIGUES
DE BRASÍLIA

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou à Folha e ao UOL que repassará verba federal até o fim de 2011 para a Prefeitura de São Paulo implantar oito consultórios de rua para atendimento a usuários de drogas. A maioria desses postos móveis ficará na cracolândia.

Os consultórios de rua serão ocupados por médicos, enfermeiros e psicólogos. Funcionarão ininterruptamente, percorrendo locais onde há maior concentração de viciados. As equipes poderão, segundo o ministro, internar os dependentes químicos para tratamento.

"É como se fosse um trailer, uma Kombi que fica 24 horas. Se o profissional de saúde avaliar que aquela pessoa corre risco de vida, nós temos protocolos claros da internação involuntária, inclusive defendida pela Organização Mundial da Saúde", declara Alexandre Padilha.

Há uma diferença, diz o ministro, entre internação involuntária e internação compulsória. No caso da primeira, que será adotada pelos consultórios de rua em São Paulo, o recolhimento do viciado se dá após uma análise minuciosa de sua situação, sobretudo se a pessoa está correndo o risco de morrer.

Internação compulsória é um procedimento mais drástico. Viciados que vivem na rua são recolhidos independentemente de correrem risco iminente de morrer.

O governo federal já patrocina esse tipo de experiência de consultórios de rua em várias cidades. Em São Paulo, "eles tinham uma abordagem diferente, não tinham o instrumento do consultório, mas aceitaram a proposta que nós fizemos", afirma Padilha.

O ministro esteve no início do ano na região da cracolândia, à noite, para conhecer o cenário. A partir daí, negociou com a prefeitura paulistana a implantação dos consultórios em São Paulo.

Os médicos, enfermeiros, psicólogos são chamados de "agentes redutores de danos". Ficam no local onde estão os dependentes químicos e com possibilidade de fazer pronto atendimento. O problema, diz o ministro, é a demanda por leitos nos casos em que for necessária a internação involuntária.

EPIDEMIA

"Em relação ao crack nós temos que reconhecer que o SUS precisa se reorganizar para dar conta dessa nova epidemia. O crack é uma epidemia", declara Padilha.

Em São Paulo, serão montadas unidades de acolhimento. Segundo o ministro, serão "casas, onde a pessoa pode ficar internada por um período mais prolongado".

A meta inicial é ter 20 unidades na cidade de São Paulo, com 15 leitos cada. Ou seja, um total de 300 leitos.

FOLHA.com
Leia a entrevista e assista ao vídeo
www.folha.com/no1008778

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