Motorista mata atleta durante racha

Um lutador de jiu-jítsu de 23 anos morreu atropelado por um Audi A3 que disputava um racha na madrugada de ontem, em Campinas (93 km de SP).

Os dois motoristas envolvidos foram presos e indiciados sob suspeita de homicídio doloso (com intenção de matar).

Kaio César Alves Muniz Ribeiro, vice-campeão brasileiro e campeão paulista de jiu-jítsu, voltava para casa após visitar a namorada quando foi atropelado na calçada pelo Audi, no bairro Taquaral. A vítima usava um telefone público no momento em que foi atingida.

Segundo a polícia, o carro arrastou Ribeiro por cinco metros. O jovem chegou a ser socorrido, mas não resistiu.

Pouco antes, um policial militar já havia avisado a central de polícia que esse veículo disputava um racha com um Chevrolet Camaro em uma via próxima.

A empresária Adriane Aparecida Pereira Diniz Ignácio de Souza, 42, dirigia o Audi, segundo a polícia. Ela aceitou fazer o teste do bafômetro, que apontou ingestão de bebida alcoólica acima do permitido por lei. Ela foi levada para a cadeia feminina de Paulínia (117 km de SP).

O motorista do Camaro, o empresário Fabrício Narciso Rodrigues da Silva, 32, tentou fugir, mas foi pego e encaminhado ao Centro de Detenção Provisória de Campinas.

A Folha não conseguiu falar com os advogados deles.

A Secretaria de Estado da Segurança Pública informou que os motoristas foram indiciados por embriaguez ao volante e racha. O empresário também vai responder por fuga do local do acidente. Eles não tiveram direito a fiança.

Segundo Gilberto Lima Ribeiro, pai do lutador, o rapaz costumava andar a pé porque não tinha carteira de motorista -ele achava que caminhar era mais seguro.

"A morte do meu filho não vai ficar impune. Pode ser difícil, mas vou lutar. Isso de pessoas beberem e saírem matando inocentes na rua tem que acabar", disse o pai.

Segundo ele, o jovem tinha planos de lutar no mundial de jiu-jítsu dos EUA. "Ele amava o tatame", afirmou. O atleta será enterrado hoje.