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Veto a outdoors em SP intimida anunciantes
Proibição começa a vigorar hoje; há liminares favoráveis
EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
A lei que proíbe a publicidade
nas ruas de São Paulo entra em
vigor hoje "pela metade". Boa
parte dos outdoors e painéis
eletrônicos está autorizada a
permanecer nas ruas por conta
de decisões judiciais. No entanto não há anunciantes suficientes para ocupá-los.
Dirigentes e assessores de
entidades de classe dizem que a
insegurança causada pelas liminares -decisões judiciais
provisórias, que podem ser derrubadas a qualquer momento-
espantou os anunciantes. Até
os preços dos anúncios caíram.
Para tentar reverter o quadro, o Sepex (Sindicato das Empresas de Publicidade Exterior)
publicou na semana passada
anúncios nos principais jornais
de São Paulo com a lista das
empresas associadas que estão
autorizadas pela Justiça a manter seus outdoors até março.
Na mesma linha, empresas
resolveram escrever em seus
outdoors, em branco por falta
de anunciantes, que elas estão
autorizadas a funcionar por
conta de decisões judiciais.
Ao mesmo tempo, a prefeitura parte para a ofensiva: começa amanhã a retirar anúncios
irregulares das ruas. A primeira
lista de 207 locais a serem "limpos" foi publicada anteontem
no "Diário Oficial" da Cidade.
O prefeito Gilberto Kassab
(PFL) demonstra otimismo sobre a derrubada das liminares,
mas já admite que o projeto será flexibilizado no futuro.
Para ele, é necessária uma
"solução radical" para eliminar
o problema. Porém, sem definir
prazos, diz que poderão ser definidos locais onde a propaganda será permitida. Uma espécie
de Times Square, de Nova York,
onde os prédios são obrigados a
permitir a instalação de painéis
luminosos com propaganda.
"A poluição visual é agressiva, é acintosa, desrespeitosa.
Isso não quer dizer que num segundo momento a gente não
possa definir áreas para ter publicidade. Ninguém está dizendo que a cidade de São Paulo
não terá mais publicidade",
afirmou o prefeito, em entrevista à Folha na quinta-feira.
Decisão judicial
A lei, aprovada em setembro,
encontra resistências de parte
do empresariado, especialmente do setor publicitário e da
ACSP (Associação Comercial
de São Paulo), entidade da qual
Kassab é vice-presidente.
A ACSP obteve liminar em
benefício de seus 44 mil associados (incluindo várias empresas de outdoor), que poderão manter propaganda na rua
até decisão final da Justiça,
que, na opinião de Kassab, deverá ser favorável ao projeto.
Oito empresas de outdoor
obtiveram liminares individuais também impedindo que a
lei valesse para elas, além da vitória parcial do Sepex.
E, por decisão do próprio
Kassab, as fachadas das empresas não precisarão sofrer modificações também até março.
A lei estabelece multa diária
de R$ 10 mil para quem desrespeitar a norma e manter propaganda nas ruas.
Outdoors, painéis luminosos,
faixas e anúncios das laterais de
edifícios estão proibidos. Nas
fachadas das empresas, anúncios que se refiram às próprias
empresas terão limite de tamanho, mas só a partir de março.
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