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Chuvas matam 19 antes do Réveillon no Rio
O caso mais grave foi registrado em Jacarepaguá (zona oeste do Rio), onde cinco pessoas da mesma família morreram soterradas
"A gente está triste, mas o Rio é uma cidade de celebração
e vai realizar uma grande festa, com ou sem chuva", disse o prefeito Eduardo Paes
Jadson Marques/Agência O Globo
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Morador é resgatado por bombeiros na região de Campo Grande, zona oeste do Rio; chuva deixou a cidade em estado de alerta
JOÃO PEQUENO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, NO RIO
DIANA BRITO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA ONLINE,
NO RIO
Pelo menos 19 pessoas (sete
com até 12 anos) morreram entre quarta-feira e ontem devido
às chuvas na região metropolitana do Rio de Janeiro, de acordo com a Defesa Civil estadual e
a Prefeitura do Rio.
Até o fechamento desta edição, foram dez vítimas confirmadas na capital -todas em locais onde a prefeitura não previra risco de deslizamento-,
sete na Baixada Fluminense e
duas em Niterói.
O caso mais grave foi registrado em Jacarepaguá (zona
oeste), onde cinco pessoas da
mesma família morreram soterradas em um deslizamento.
As vítimas foram o casal Elisa
Marinho Ribeiro da Silva, 38, e
Vladimir (sobrenome não confirmado) e o filho deles, João
Pedro, 2, além de Elisângela Ribeiro Marinho, 22, e Isabela Ribeiro Marinho, 18, filhas do casamento anterior de Elisa.
No Tanque, em Jacarepaguá,
choveu em um dia 114,6 mm,
um terço do total do mês. O
prefeito Eduardo Paes (PMDB)
esteve pela manhã no bairro.
Ele afirmou que a cidade entrou em estado de alerta, mas
que isso não afetaria a festa da
virada do ano, ontem à noite: "A
gente está triste, mas o Rio é
uma cidade de celebração e vai
realizar uma grande festa, com
chuva ou sem chuva".
Outras pessoas morreram
em um raio de um quilômetro,
entre Vaz Lobo e Irajá, na zona
norte, onde a água em 24 horas
equivaleu à chuva de 13 dias.
Em Vaz Lobo, o casal Fabrício Gonçalves, 32, e Bruna Luzia Oliveira, 26, foi soterrado
em casa. Em Irajá, a vítima foi
Cassiane Guedes da Silva, 10.
Em Quintino, Mariana, 3, foi
resgatada com vida, mas ficou
órfã. A mãe dela, Diana, foi retirada já sem vida dos escombros
da casa e o pai, Mário Jorge Moraes, morreu à tarde no hospital. Até as 18h, o estado de Mariana -internada com fratura
no fêmur da perna esquerda-
era considerado grave.
A prefeitura interditou 40 casas em Quintino e Praça Seca e
disse que as áreas não eram consideradas de risco por não terem histórico de deslizamento.
Em Magé, na Baixada Fluminense, duas pessoas morreram.
Jéssica Souza Martins, 12, foi
soterrada em um deslizamento. Joaquim Camilo Pereira
morreu afogado em sua casa,
alagada pela chuva.
Em Duque de Caxias, também na Baixada, David Luciano
da Silva, 5, morreu soterrado
em casa, na madrugada. Os pais
do menino foram resgatados
vivos. A cidade foi a que registrou o maior número de pontos
de alagamento (72), além de 45
deslizamentos de terra.
Mais quatro pessoas morreram na Baixada. Em Belford
Roxo, uma criança de apenas
três dias e a mãe dela, de 17
anos, foram soterradas em casa. Em São João de Meriti, foram duas vítimas, uma delas
identificada como Hamilton,
56, cuja casa desabou.
Em Niterói, as vítimas foram
as irmãs, Ludmila, 3, Helen
Mendonça, 12, soterradas em
casa. A mãe e a irmã mais velha
das meninas sobreviveram. As
chuvas ainda deixaram ao menos oito feridos, 12 desabrigados e 544 desalojados, segundo
a Defesa Civil.
Falta de luz
Segundo o Inmet, ainda chove hoje, embora o sol deva aparecer, e o tempo deve começar a
melhorar no sábado. Conforme
o meteorologista Almerindo
Marinho, as chuvas foram causadas pela combinação de baixa
pressão atmosférica com massas de alta umidade, vindas da
Amazônia e do mar.
No Rio, houve falta de luz em
vários bairros, e o risco de desabamento interditou muitas
vias. Em Copacabana, uma árvore caiu. Em Niterói, houve
adiamento de festa pública.
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