DA SUCURSAL DO RIO

A Prefeitura do Rio de Janeiro não emitiu com antecedência nenhum alerta especial para prevenir a população sobre os perigos da chuva que começou na quarta-feira e, até as 18h de ontem, causou ao menos dez mortes na cidade -todas em áreas que não eram consideradas de risco de deslizamentos.
O Estado também não avisou sobre risco grave iminente. Jadyr Sabbas, chefe de comunicação da Defesa Civil do RJ, disse que não houve comunicação da Defesa Civil municipal.
Somente na madrugada de ontem, após mais de 12 horas de chuva, a GeoRio, autarquia da prefeitura responsável pelo monitoramento das encostas, enviou dois alertas e informou a Defesa Civil do município sobre possíveis deslizamentos nas zonas norte, central e oeste. A maioria das mortes ocorreu de madrugada. A GeoRio disse que as áreas onde ocorreram as mortes eram monitoradas, mas não tinham histórico de deslizamentos. Por isso, não eram tidas como de risco.
Cabe à GeoRio elaborar planos emergenciais e de longo prazo para a proteção das encostas; prever situações de risco; e executar obras para eliminar o perigo de deslizamentos.
O órgão teve seu orçamento reduzido pela Prefeitura do Rio para R$ 8,5 milhões em 2010 -foi de R$ 9 milhões em 2009.
O prefeito Eduardo Paes (PMDB) disse que a gestão estava preparada para lidar com a chuva, mas afirmou que sua continuidade e intensidade causaram "surpresa". Em alguns pontos, chovia ontem havia mais de 30 horas sem parar.
"Infelizmente, são chuvas muito mais contínuas do que o normal, e a água acumulada fez com que ocorresse uma série de deslizamentos", disse.
Paes se disse surpreso com o fato de os deslizamentos que causaram as mortes terem ocorrido em áreas que não eram consideradas de risco.
Já o governador Sérgio Cabral (PMDB) estava ontem em sua casa de veraneio em Mangaratiba (RJ). Sua assessoria informou que ele não planejava retornar à capital e acompanharia a situação de lá.


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