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São Paulo, sábado, 01 de fevereiro de 2003

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TRANSPORTES

Empresas de ônibus não apresentam propostas para nova contratação emergencial; prefeitura não se manifesta

Viações podem rodar hoje sem contrato

DA REPORTAGEM LOCAL

Os empresários de ônibus de São Paulo não tinham apresentado até ontem os envelopes para a assinatura da terceira contratação emergencial do transporte no governo Marta Suplicy (PT), e as viações poderão operar a partir de hoje sem nenhuma vinculação formal com a prefeitura.
Os contratos emergenciais que estavam em vigor venceram ontem, seis meses depois de terem sido assinados. A SPTrans (São Paulo Transporte, órgão que cuida do setor) havia marcado para a última quarta a entrega das propostas, mas ninguém apareceu.
A Secretaria dos Transportes e a SPTrans foram procuradas pela Folha para dizer se haveria alguma alternativa ou negociação para a assinatura dos contratos, mas informaram, no final da tarde, que não se manifestariam.
A assessoria do Transurb (sindicato das empresas de ônibus) também foi contatada no final da tarde, mas informou não ter localizado os diretores da entidade.
Na avaliação de empresários do setor ouvidos pela reportagem, a operação das viações sem os contratos, se for concretizada, sugere a existência de clandestinidade e deixa a prefeitura em situação frágil para aplicar penalidades.
Os novos contratos teriam duração de seis meses, mas poderiam ser interrompidos após a conclusão da licitação do novo sistema de transporte. Eles previam uma mudança na forma de remuneração, reduzindo de 30% para 20% os pagamentos por custo fixo e elevando de 70% para 80% os por número de usuários.
Em julho passado, quando venceram os primeiros emergenciais, as viações também articularam um "boicote" -na época, os pagamentos por passageiro passaram de 35% para 70%, e os por custo, de 65% para 30%. A pendência durou do dia 21 ao dia 31.

Greve
Cerca de 200 mil paulistanos ficaram sem transporte ontem devido à paralisação dos motoristas e cobradores de ônibus das viações América do Sul e Cidade Tiradentes, que operam na zona leste. Dois ônibus foram queimados e 23, danificados, com pneus furados e os vidros quebrados. A greve deverá continuar hoje, já que a categoria diz que só voltará ao trabalho depois do pagamento do vale-alimentação e das férias.
Segundo a SPTrans, por causa do risco de confrontos e depredações, não foi possível implantar um plano emergencial para compensar a falta de ônibus.


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