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São Paulo, sábado, 01 de fevereiro de 2003

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ÔNIBUS

Cobradores e motoristas de duas empresas na zona leste pararam em protesto ao não-pagamento de benefícios trabalhistas

Greve deixa 200 mil sem transporte em SP

Moacyr Lopes Junior/Folha Imagem
Garotos retiram peças de ônibus da empresa Cidade Tiradentes queimado em protesto de motoristas e cobradores em São Paulo


DA REPORTAGEM LOCAL

Cerca de 200 mil paulistanos ficaram sem transporte ontem devido à paralisação dos motoristas e cobradores de ônibus das viações América do Sul e Cidade Tiradentes, que operam na zona leste de São Paulo, segundo estimativa da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). Dois ônibus foram queimados e 23, danificados. A greve começou ontem pela manhã e pode continuar hoje.
De acordo com o sindicado dos motoristas e cobradores, a paralisação será mantida até que as empresas paguem o vale-alimentação e as férias dos funcionários. A Transurb (sindicato das empresas de ônibus) não se pronunciou sobre o assunto.
Segundo a SPTrans (órgão que gerencia o transporte coletivo), a paralisação começou por volta das 5h, quando funcionários da viação Cidade Tiradentes colocaram três veículos na av. Ragueb Chohfi. Segundo a CET, o trânsito não foi prejudicado.
Por volta das 6h40, um ônibus da viação América do Sul, que integra o Paese (Plano de Apoio à Empresa em Situação de Emergência) foi totalmente queimado e um veículo da Itaim Paulista ficou parcialmente danificado. Mais 23 ônibus tiveram os pneus furados e os vidros quebrados.
A SPTrans não conseguiu implantar o Paese. Com medo de confrontos e depredações, as demais viações preferiram não colocar os ônibus nas ruas.
Por volta das 10h30, os motoristas e cobradores da América do Sul aderiram à paralisação e retornaram para a garagem.

Benefícios
Os funcionários das duas viações reclamam o não-pagamento dos benefícios trabalhistas. De acordo com Edivaldo Santiago, presidente do sindicato dos motoristas e cobradores, as empresas descumpriram um acordo feito com o sindicato para o pagamento de vales-alimentação, Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e férias atrasadas.
As duas companhias transportam diariamente cerca de 100 mil pessoas cada. A população que utiliza o transporte coletivo em São Paulo diariamente é de 3,6 milhões de pessoas, segundo a SPTrans.


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