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São Paulo, sábado, 01 de março de 2003

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Enredos vão de curandeiro a símbolos do candomblé e dos iorubás; Peruche, que perdeu dois carros em incêndio, é a segunda a desfilar

Cultura africana domina segunda noite

PALOMA COTES
MARIANA VIVEIROS

DA REPORTAGEM LOCAL

No segundo dia dos desfiles das escolas do Grupo Especial, os enredos que falam sobre a cultura africana dominarão a noite.
A Império da Casa Verde, estreante da noite, homenageará nhô João, curandeiro que viveu no interior do Estado de São Paulo e ficou conhecido, de acordo com a escola, pelos projetos sociais que desenvolveu. Depois vem a Unidos do Peruche.
Há menos de 15 dias, a escola perdeu dois dos seis carros alegóricos e dezenas de fantasias num incêndio em seu almoxarifado. Os prejuízos ultrapassaram os R$ 200 mil, e a agremiação vai sair menor do que esperava.
"Tivemos de refazer o desfile, correndo contra o tempo, trabalhando dia e noite no Anhembi, sem nenhuma estrutura, mas esperamos poder compensar todos os problemas na avenida", disse o diretor-geral, Hélio de Oliveira.
A montagem, que vai falar sobre as cidades do "cone leste" paulista -Vale do Paraíba, serra da Mantiqueira e litoral norte do Estado-, teve de ser resumida.
Depois do susto, a Peruche ainda encontra ânimo para fazer suspense. "Será que Nossa Senhora Aparecida [padroeira do Brasil] vai aparecer?", brinca Oliveira. "E, se for, de que forma aparecerá?".
A terceira escola a entrar no sambódromo é a Nenê de Vila Matilde. Com o enredo "É Melhor Ler... O Mundo Colorido de Um Genial", a agremiação contará a história do escritor e cartunista Ziraldo, que deverá desfilar no segundo carro alegórico.
Voltando com as homenagens a temas e personalidades afrobrasileiras, a Camisa Verde e Branco contará a história do marinheiro João Cândido, líder da Revolta da Chibata (1910) que lutou pelo fim dos castigos na Marinha brasileira. Colocar o enredo na avenida terá um sabor especial para a escola, que já havia tentado apresentar o tema 15 anos atrás, mas foi censurada na época.
Já a Mocidade Alegre falará sobre símbolos do candomblé e da civilização iorubá -o que, segundo a escola, é uma volta às raízes.
Penúltima escola a entrar no sambódromo, a Leandro de Itaquera falará sobre qualidade de vida e os diretos da população. E, fechando os desfiles de São Paulo, a X-9 Paulistana narrará a história do rio Pinheiros.


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