Artista pinta dez seios nus por noite

ENVIADO ESPECIAL AO RIO

São cerca de dez seios pintados por noite. Klaus Hegner, 37, o artista responsável pelo decór das modelos que enfeitam camarotes institucionais na Marquês de Sapucaí, diz que sofre inveja masculina por exercer um trabalho que ele chama de "mídia corporal".
Hegner não trabalha só no Carnaval; durante o ano, aplica sua mídia corporal em espetáculos de teatro, shows e aberturas de programas de TV. Diz que cobra R$ 300 em "ocasiões normais" e R$ 500 no Carnaval. Ele costuma pintar as mulheres em seu apartamento em Copacabana, onde mora com a mulher e o filho de oito anos. Ela não tem ciúmes? "Já deu muito rolo", diz. "Confesso que, se ela resolvesse pintar o corpo de homens, eu não suportaria."
No momento em que a reportagem entra no chamado camarim VIP, onde algumas mulheres esperam semidespidas para serem pintadas, ele termina um trabalho nos seios da advogada Thaís Lima, 22 anos, 1,70 m, 98 cm de quadril e menos de 10 cm de short.
Ela diz que não tem um "relacionamento sério" há mais de um ano. "Os homens não aceitam (ter uma namorada cujos seios são pintados com tinta e purpurina por outro homem)." Nos camarotes em que circula com o trabalho de mídia corporal, Thaís diz que recebe ofertas para fazer programa, mas jamais aceita. "Deixo claro que não sou dessas."
Atrás de uma coluna, em um esquema bem improvisado -já que o camarim é envidraçado e fica exposto a quem passa lá fora-, Hegner já começou a pintar outra modelo, que faz todo um charme para deixar fotografá-la com o peito completamente nu, no começo da pintura.
"É melhor assinar uma autorização", diz Hegner, dando as primeiras pinceladas na marca biquíni da moça, que, como Thaís, ganha R$ 1.000 por três noites de exposição de seios (pintados!). (PAULO SAMPAIO)


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