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A casa vai cair, diz vítima de tremores no CE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SOBRAL
A primeira reação da aposentada Rita Barbosa, 75, aos abalos sísmicos da madrugada de
ontem na comunidade de Jordão, em Sobral, foi a pior possível: "Meu pai do céu, a casa vai
cair", disse.
Seu relato dos tremores é parecido com os de outros moradores: cama ou rede tremendo,
barulho de telhas chacoalhando e um estrondo forte.
Muitos deixaram suas casas
ao primeiro tremor -o mais
forte, à 1h50 da madrugada.
"Não entro em casa desde
aquela hora. Nem comida hoje
cozinhei, estamos sem dormir
nem comer", disse a dona-de-casa Maria Barbosa, 43.
Os abalos mais fortes se estenderam até as 5h, mas foi
possível sentir sismos mais fracos durante todo o dia.
Com a proximidade da noite
e a demora na entrega de lonas
para abrigos provisórios, muitos procuravam se proteger sozinhos. O agricultor Isaías dos
Santos, 38, tentava erguer duas
estacas no campo de futebol da
localidade para pendurar uma
rede para os filhos dormirem.
A distribuição das lonas só
ocorreria à noite para que fossem identificadas apenas as
pessoas que não quisessem
dormir em casa, disse Francisco Brandão Neto, da Defesa Civil cearense.
Em um abrigo de lona montado desde o último abalo sísmico na localidade, há 14 dias, a
família de Manuel da Costa Pereira, com quatro pessoas, dividia o espaço com outras cinco
pessoas de uma família vizinha.
"Enquanto um dorme, outro fica acordado, porque não cabe
todo mundo", afirmou.
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