São Paulo, segunda-feira, 01 de março de 2010

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Trecho interditado vira pista de rolimã e campo de futebol

Crianças aproveitam bloqueio e usam curva para corrida de carrinho de rolimã; moradores improvisam partida de futebol

"Está bom demais", diz garoto de 9 anos; posto de combustível inaugurado há dois meses no ponto bloqueado tem prejuízos

DA REPORTAGEM LOCAL

O trecho interditado da rodovia que é uma tradicional rota do transporte de cargas virou ontem uma área de lazer para moradores da zona norte de SP, às margens da Fernão Dias.
Um grupo de 12 meninos e meninas, entre 9 e 14 anos, aproveitava um pedaço de descida da pista recém-fechada para andar de carrinho de rolimã na curva do km 78.
Outros adolescentes se divertiam de bicicleta numa área de mais de um quilômetro bloqueada para os veículos (exceto os de serviço, ligados à obra).
E até uma partida de futebol, com blocos de concreto improvisando traves, era disputada na Fernão, na capital paulista.
"Está bom demais", comemorava Gabriel dos Santos, 9. "Quando a estrada está aberta, não tem quase onde brincar. Só na passarela. Ou então, no acostamento", dizia Mateus Abreu, 14, revelando um hábito arriscado na beira da rodovia.
Enquanto a criançada de bairros como Cachoeira, Barrocada e Vila Galvão se divertia mesmo numa manhã chuvosa, um posto de combustível inaugurado há menos de dois meses amargava os prejuízos -ontem, sem perspectiva de movimento, estava sem funcionar.
"Vou ter que fechar as portas. Ficar aqui para atender quem?", afirmou Maria José Pereira, 51, dona da lanchonete Paulistão, vizinha ao posto e instalada na área interditada.

"Graças a Deus"
Omar de Castro Ribeiro Jr., diretor da Autopista Fernão Dias, afirma que as primeiras trincas na rodovia, na altura do km 77,5, apareceram há uma semana. Na sexta, a terra cedeu de maneira acelerada e ameaçou a estrutura do viaduto -cuja pista é da década de 1960.
"Com este volume de chuva maluco, um pedaço do aterro começou a descer e a empurrar as estacas", afirma ele, ressaltando que poderia haveria uma tragédia se a estrada não fosse interditada imediatamente. "Graças a Deus fechamos a pista na hora certa. Poderia ruir com os carros em cima", diz. (AI)



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