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Trecho interditado vira pista de rolimã e campo de futebol
Crianças aproveitam bloqueio e usam curva para corrida de carrinho de rolimã; moradores improvisam partida de futebol
"Está bom demais", diz garoto de 9 anos; posto de combustível inaugurado há dois meses no ponto bloqueado tem prejuízos
DA REPORTAGEM LOCAL
O trecho interditado da rodovia que é uma tradicional rota
do transporte de cargas virou
ontem uma área de lazer para
moradores da zona norte de SP,
às margens da Fernão Dias.
Um grupo de 12 meninos e
meninas, entre 9 e 14 anos,
aproveitava um pedaço de descida da pista recém-fechada para andar de carrinho de rolimã
na curva do km 78.
Outros adolescentes se divertiam de bicicleta numa área
de mais de um quilômetro bloqueada para os veículos (exceto
os de serviço, ligados à obra).
E até uma partida de futebol,
com blocos de concreto improvisando traves, era disputada
na Fernão, na capital paulista.
"Está bom demais", comemorava Gabriel dos Santos, 9.
"Quando a estrada está aberta,
não tem quase onde brincar. Só
na passarela. Ou então, no
acostamento", dizia Mateus
Abreu, 14, revelando um hábito
arriscado na beira da rodovia.
Enquanto a criançada de
bairros como Cachoeira, Barrocada e Vila Galvão se divertia
mesmo numa manhã chuvosa,
um posto de combustível inaugurado há menos de dois meses
amargava os prejuízos -ontem, sem perspectiva de movimento, estava sem funcionar.
"Vou ter que fechar as portas.
Ficar aqui para atender
quem?", afirmou Maria José
Pereira, 51, dona da lanchonete
Paulistão, vizinha ao posto e
instalada na área interditada.
"Graças a Deus"
Omar de Castro Ribeiro Jr.,
diretor da Autopista Fernão
Dias, afirma que as primeiras
trincas na rodovia, na altura do
km 77,5, apareceram há uma
semana. Na sexta, a terra cedeu
de maneira acelerada e ameaçou a estrutura do viaduto -cuja pista é da década de 1960.
"Com este volume de chuva
maluco, um pedaço do aterro
começou a descer e a empurrar
as estacas", afirma ele, ressaltando que poderia haveria uma
tragédia se a estrada não fosse
interditada imediatamente.
"Graças a Deus fechamos a pista na hora certa. Poderia ruir
com os carros em cima", diz.
(AI)
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