São Paulo, terça-feira, 01 de março de 2011

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OUTRO LADO

Não violei informações e o "cliente" só patrocina estudos, diz sociólogo

DE SÃO PAULO

O sociólogo Túlio Kahn diz que nunca violou dados da Secretaria da Segurança.
Em resposta por e-mail, ele afirma: "Não há venda de informações. Houve uma contratação da Angra e outras consultorias pelo governo do Estado, por licitação pública, através da Emplasa. O manuseio dos dados pela Angra foi feito sob condição de sigilo e apenas órgãos públicos tiveram acesso às análises".
Segundo ele, o sigilo era preservado por "acordo verbal" com os pesquisadores.
Os clientes que a própria Angra cita, como a GR, o Secovi e o Sindicato das Empresas de Transporte de Carga, são "patrocinadores" de projetos (contra roubos a condomínios e de cargas, respectivamente), diz o sociólogo.
Kahn diz que irá "providenciar" a alteração do contrato da Angra, onde aparece como sócio-diretor -o estatuto do funcionalismo só permite a figura do sócio-cotista. "Não me ative à necessidade de alterar o contrato da Angra, o que vou providenciar".
Segundo Kahn, não há conflito ético entre a sua atividade privada e seu trabalho público: "Os "clientes privados" apenas patrocinam os estudos, como forma de colaborar com as polícias e a segurança, e os dados só são divulgados às polícias".

SALÁRIO
Em conversa telefônica, disse que criou a empresa de consultoria por sugestão do governo porque a Secretaria de Segurança não conseguiu pagar um salário compatível com a responsabilidade que ele assumiu na CAP.
Quando chegou ao órgão, em 2003, o salário que lhe caberia seria de R$ 5.000. Daí a sugestão de que cobrasse por certos projetos e recebesse por meio de nota, conta.
A GR diz que nunca fez pagamentos à Angra. A empresa afirma que só ajudou a Secretaria de Segurança a mapear melhor o problema de roubos a condomínios.
Kahn afirma que a empresa pagou pelo estudo sobre roubos a condomínios.
A Emplasa diz que não há mais diretores na empresa da época do contrato com a Angra (2008 e 2009) e que a diretoria atual não conhece o assunto para se pronunciar. A Agemcamp não quis comentar o caso.
A Secretaria da Segurança Pública afirma que só vai se pronunciar após a publicação da reportagem. (MCC)


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