São Paulo, terça-feira, 01 de março de 2011

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MARIA DO CARMO BRANDÃO (1921-2011)

Carminha, de professora a atriz

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Pelo desempenho em "A Casa de Bernarda Alba", de García Lorca, Maria do Carmo Brandão ganhou elogio atrás de elogio -e, de quebra, alguns prêmios. Por isso, a peça feita por ela em Recife teve temporada no Rio.
A atriz ficou conhecida pelo nome artístico Carminha Brandão. Filha de um comerciante de café, ela nasceu em Raul Soares (MG) e estudou em Ponte Nova (MG), onde começou como professora.
Lá, ela já organizava peças. Um dia, a paixão pelos palcos fez a moça ir para Recife para fazer teatro amador.
No Rio, o sucesso foi igual, e ela acabou chamada para trabalhar no Tablado. Foi um passo até se profissionalizar.
Em meados dos anos 50, mudou-se para São Paulo, contratada pelo TBC (Teatro Brasileiro de Comédia). Depois, atuou no Teatro dos Sete, criado por um grupo que tinha Fernanda Montenegro.
Na TV, foi premiada em 1966 por "Anjo Marcado" (Excelsior). Era lembrada pelos papéis em "A Barba Azul" (1974) e "O Profeta" (1977), ambas da Tupi. Passou ainda pela Record e Bandeirantes.
Nos anos 80, gravava no SBT quando teve deslocamento das retinas. Nunca mais atuou, lembra o companheiro, Hilkias de Oliveira, que trabalhou com ela como ator. Delegado de polícia aposentado, ele conta que, em casa, Carminha era a mesma comediante dos palcos e que nunca a viu triste.
Ela adorava García Márquez e sonhava adaptá-lo.
Nos últimos tempos, sofria de Alzheimer. Morreu na terça (22), aos 89, realizada e sem frustrações, conta o companheiro, devido a uma pneumonia. Não teve filhos.

coluna.obituario@uol.com.br


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