São Paulo, sexta-feira, 01 de abril de 2005

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SEGURANÇA

Parceria terá como base os dados de ocorrências policiais, aos quais a ex-prefeita Marta alegava não ter tido acesso completo

Prefeitura e Estado farão ações integradas

DA REPORTAGEM LOCAL

As equipes do prefeito José Serra (PSDB) e do governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciaram ontem uma série de ações integradas para combater a violência.
Subprefeituras, a Guarda Civil Metropolitana e as polícias Civil e Militar vão trabalhar juntas em operações regionais semelhantes à feita na "cracolândia", no centro da cidade de São Paulo.
A parceria inclui o repasse de informações do Infocrim (base de dados informatizada das ocorrências policiais) às subprefeituras para que elas possam orientar políticas públicas e intervenções urbanas, como iluminação de ruas e atendimento social. A dificuldade de acesso aos dados do Infocrim era uma reclamação recorrente da administração da ex-prefeita Marta Suplicy (PT).
Segundo o secretário das Subprefeituras, Walter Feldman, os departamentos municipais também ajudarão a polícia a identificar as principais causas da violência nas regiões da cidade. "Vamos criar uma estrutura de segurança integrada, possivelmente com um conselho gestor", disse Feldman.
Ontem, ele e o secretário de Estado da Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu Filho, comandaram um encontro que reuniu representantes de todas as partes envolvidas no projeto de integração. Saulo se comprometeu a atender imediatamente às demandas dos subprefeitos da capital. Feldman pediu que eles passem a freqüentar regularmente as reuniões dos Consegs (Conselhos Comunitários de Segurança).
O próximo passo é a realização de reuniões regionais entre os comandos policiais e da guarda civil e os subprefeitos. As operações focalizadas serão feitas, segundo Feldman, a partir do momento em que os problemas forem sendo diagnosticados pelo grupo.

Desencontros
Na época em que a prefeitura estava sob o comando de Marta, a cidade nunca conseguiu acesso completo aos dados do Infocrim. A liberação das informações criminais obtidas pela Secretaria Estadual de Segurança Pública foi adiada três vezes pelo Estado.
A "demorada novela" da assinatura do convênio entre a prefeitura petista e o governo tucano -como qualificou o então secretário municipal de Segurança Urbana, Benedito Mariano- acabou em março de 2003, mas logo deu lugar a outra.
Reduzidas a poucos mapas, as informações foram consideradas insuficientes pela prefeitura. "É um acesso extremamente limitado", reclamou na época Mariano. "Não há condições de traçar estratégias para a Guarda Civil Metropolitana. Com essa versão do Infocrim, é impossível fazer um planejamento estratégico preventivo." (CONRADO CORSALETTE)


Colaborou a Redação

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