DA FOLHA RIBEIRÃO

Cinco grelhas elétricas para churrasco, utilizadas recentemente, foram encontradas anteontem na Cadeia Pública de Viradouro (a 398 km de São Paulo) durante revista coordenada pelo Ministério Público, com o apoio das polícias Militar e Civil.
Três delas estavam em uma cela e duas em outra, todas com aparência de terem sido usadas. Embora não haja eletricidade nas celas, os detentos podem ter feito ligações clandestinas na rede de energia para usar os equipamentos elétricos. Ninguém assumiu ser dono das grelhas.
Também foram encontrados na operação um espeto, duas maricas (usadas para fumar crack ou maconha), um celular, um carregador e R$ 100. No mês passado, foram encontrados dois celulares e carregadores, maricas, entorpecentes, diversas facas, pedaços de serra e perfurações no solo.
O promotor de Justiça Tiago Cintra Essado instaurou ontem um procedimento administrativo criminal para apurar os fatos e os responsáveis. "Em fevereiro, já havíamos orientado as autoridades policiais a tomarem providências para que o problema fosse solucionado", afirmou.
Segundo o promotor, serão investigados principalmente o tráfico de objetos ilícitos, inclusive entorpecentes, e a possível participação de funcionários. O corregedor da Polícia Civil na região, Emílio Paschoal, também instaurou procedimento administrativo. Segundo ele, os responsáveis por terem permitido a entrada das grelhas podem ser demitidos.
De acordo com o delegado seccional de Bebedouro, Carlos Alberto Maggio, 53, a Polícia Civil também vai abrir processo administrativo para investigar o caso. "Precisamos apurar como esses objetos entraram na cadeia. Se houver culpados, eles serão punidos", disse Maggio.
O delegado Estevar de Alcântara Júnior, diretor da cadeia de Viradouro, não foi localizado ontem pela reportagem para comentar o assunto.


Texto Anterior: 8 PMs são presos sob acusação de matar 2 no Rio
Próximo Texto: Polícia Federal apreende 300 kg de cocaína em SP
Índice