|
Próximo Texto | Índice
SOB NOVA DIREÇÃO
No 1º dia, pefelista diz que irá manter os projetos do tucano, assiste a protesto de professores e recebe cobranças de vereadores do PSDB
Kassab assume Prefeitura de SP, promete gestão de continuidade e já sofre pressões
Antônio Gaudério/Folha Imagem
|
O ex-prefeito José Serra e o seu sucessor, Gilberto Kassab, durante transmissão de posse na sala de reuniões da Prefeitura de São Paulo |
FABIO SCHIVARTCHE
CONRADO CORSALETTE
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA REPORTAGEM LOCAL
O engenheiro civil e economista
Gilberto Kassab (PFL), 45, assumiu ontem a Prefeitura de São
Paulo após 15 meses de gestão José Serra (PSDB), que renunciou
para disputar o governo do Estado. Na primeira entrevista como
mandatário da maior cidade do
país, Kassab afirmou que sua gestão será marcada pela continuidade de todos os projetos do tucano.
Imposto pelo PFL na chapa de
Serra, que não o queria como vice,
Kassab foi declarado prefeito às
17h37 pelo presidente da Câmara,
Roberto Tripoli (sem partido),
após a leitura da carta de renúncia. Em seguida, Tripoli foi pessoalmente ao edifício Matarazzo,
sede da prefeitura, levar a Kassab
ofício lhe informando que o mandato de Serra estava extinto.
Ontem mesmo, o novo prefeito
já assistiu a uma demonstração da
pressão que sofrerá no posto. Cerca de 5.000 professores da rede
municipal realizaram uma manifestação em frente ao prédio da
prefeitura. Os servidores estão em
greve por aumento de salários.
Nos próximos dias, as pressões
virão de outros setores. Empresas
de ônibus reivindicam aumento
de R$ 156 milhões para R$ 200 milhões o pagamento mensal que recebem da prefeitura. Empreiteiras cobram dívidas deixadas por
administrações anteriores que
chegam a cerca de R$ 1 bilhão.
As entidades até ameaçam ir à
Justiça para evitar que seja feito
um leilão das dívidas (a empresa
que oferecer desconto maior recebe primeiro o pagamento). Alegam que a medida quebra a ordem cronológica de pagamentos
definida pela Lei de Licitações.
Na seara política, as queixas
vêm da própria bancada do PSDB
de Serra na Câmara. Os vereadores exigem mais espaço no primeiro escalão do governo. Até
agora, foram contemplados com
a pasta de Participação e Parceria,
que tem poucos recursos.
Mas Kassab assume também recebendo um caixa equilibrado,
com cerca de R$ 3 bilhões em
aplicações financeiras e um montante um pouco superior para investimentos neste ano.
Ex-vereador pelo PL, ex-deputado estadual e federal pelo PFL e
secretário de Planejamento de
Celso Pitta (1997-2000) por um
ano e três meses, o novo prefeito
fechou acordo com Serra segundo
o qual até as eleições de outubro
manterá no secretariado os principais aliados do ex-chefe.
Nenhuma das recentes mudanças no primeiro escalão da gestão
foi selada por iniciativa de Kassab.
Até os anúncios dos novos titulares foram feitos por Serra.
Com aliados na gestão, o ex-prefeito quer evitar crises que
possam prejudicar sua candidatura. Já Kassab acredita que, por
ser inexperiente, precisa do escudo do tucano enquanto tenta ganhar musculatura politica.
O novo prefeito, que foi diretor
do Sindicato dos Corretores de
Imóveis e vice-presidente da Associação Comercial de São Paulo,
passou um dia entre compromissos políticos e a elaboração do discurso de posse, que viria mais tarde ser substituído por uma carta.
De terno preto, camisa azul-claro e gravata vermelha, Kassab foi
de manhã assistir à posse do novo
governador Cláudio Lembo
(PFL), seu aliado político. Às 15h,
assistiu à transmissão do cargo de
Geraldo Alckmin, agora presidenciável tucano, para Lembo.
Colaborou Luísa Brito, da Reportagem Local
Próximo Texto: Sob nova direção: Na dúvida, podem procurar o Serra, diz Kassab a secretários Índice
|