São Paulo, terça-feira, 01 de abril de 2008

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Rio recruta pediatras de outros Estados para atuar contra dengue

Com mais 13 mortes confirmadas pela Secretaria Municipal de Saúde ontem, número de vítimas no Estado chega a 67

Secretário estadual de Saúde pediu médicos ao Conselho Nacional de Secretários de Saúde e ao Conselho Nacional de Medicina

MALU TOLEDO
DA SUCURSAL DO RIO

A Secretaria Municipal de Saúde do Rio confirmou ontem mais 13 mortes por dengue na cidade. Cinco vítimas tinham menos de 12 anos -das 44 mortes registradas no município até agora, 23 são crianças. As demais eram cinco idosos e três adultos. Com isso, o número de mortos no Estado passa de 54, confirmados nos últimos dados da Secretaria de Estado de Saúde, para ao menos 67.
Diante da gravidade da crise no atendimento às vítimas da epidemia no Rio, com a falta de pediatras nos hospitais e nas emergências, o governo do Rio resolveu pedir socorro a outros Estados e recrutar pediatras para que ajudem no atendimento às crianças com dengue no município. O secretário estadual de Saúde, Sérgio Côrtes, chamou de "medicina de catástrofe" o esquema montado para dar suporte à epidemia.
Côrtes disse que precisa de pelo menos mais 154 médicos. Os profissionais serão contratados por R$ 500 por plantões de 12 horas e irão trabalhar em três tendas de hidratação que ainda não foram abertas. O custo da contratação de emergência será de R$ 616 mil por mês em salários para o Estado.
O secretário entrou ontem em contato com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde e, na quinta-feira, fará uma reunião com secretários de outros Estados sobre a epidemia. Solicitou ainda ao Conselho Nacional de Medicina que chame médicos de outros Estados que queiram atuar no Rio.
Está prevista para hoje a abertura de 92 leitos de enfermaria para dengue no hospital Anchieta, no Caju, na zona norte do Rio de Janeiro.

Postos
Outros três postos de hidratação, que dependem da chegada dos pediatras de outros Estados, serão instalados em frente ao hospital Getúlio Vargas, na Penha, e em Del Castilho (ambos na zona norte) e na Gávea (zona sul). Segundo o secretário, a estrutura para esses três pontos já está montada. Côrtes disse que as tendas de hidratação são centros de referência para a dengue.
A intenção é que os pacientes com sintomas sejam transferidos dos hospitais para as tendas, onde serão submetidos a hemograma para a contagem de plaquetas no sangue e, se necessário, encaminhados para a hidratação. Mesmo quem não for diagnosticado com dengue deverá voltar às tendas para um novo teste no dia seguinte.
Os médicos receberão treinamento de seis horas da sociedade pediátrica do Rio, segundo Côrtes, e poderão fazer quantos plantões quiserem, desde que façam um intervalo de 24 horas entre um e outro.


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