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São Paulo cai quatro posições em ranking salarial de docentes
Levantamento da Folha considera remuneração inicial na rede estadual; SP tem 2º melhor salário entre Estados com mais alunos
Governo Serra tem adotado políticas para remunerar melhor professor que for bem em avaliações; último reajuste geral foi em 2008
FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL
LUIZA BANDEIRA
SILVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA
A rede estadual paulista de
ensino caiu quatro posições
desde 2007 no ranking nacional de salários iniciais, para
professores da educação básica.
Ocupa hoje a 14ª colocação entre os 27 Estados. Já dentre os
cinco com o maior número de
alunos, está em segundo lugar.
O levantamento, feito pela
Folha, mostra que a hora-aula
paga em São Paulo equivale à
metade da de Roraima, unidade
com a melhor remuneração.
No sistema paulista, o salário
é de R$ 1.834, para uma jornada
de 40 horas semanais. Foi considerada a remuneração inicial
(que abrange metade da rede
estadual de SP) dos docentes
com formação superior.
Entre os cinco maiores sistemas de ensino, apenas o Paraná
paga mais que São Paulo. Atrás
vêm Rio, Bahia e Minas Gerais.
Parte dos docentes paulistas
está em greve há quase um mês.
Eles exigem reajuste de 34,3%.
Desde 2008 não há aumento e
desde 2005 os reajustes aos docentes estão abaixo da inflação.
A política implementada pelo governo Serra, que seguirá
com Goldman (ambos PSDB),
foi dar dinheiro extra aos docentes mais bem avaliados. Ontem, por exemplo, a Secretaria
da Educação anunciou que
20% dos docentes ganharam
aumento de 25% -eles tiveram
as maiores notas numa prova.
A pasta diz entender "que
motivar e valorizar o professor
é o caminho mais adequado para melhorar a educação". O governo não comentou o ranking.
Sobre o reajuste pedido pelos
grevistas, afirmou que desorganizaria as finanças do Estado.
Educadores ouvidos pela reportagem consideram o salário
inicial um fator importante para determinar o perfil de profissional que a rede de ensino vai
atrair. Há discordância, porém,
sobre o peso desse indicador na
qualidade da educação.
"São Paulo está evidentemente com um salário baixo. Se
considerar o custo de vida no
Estado, a situação é ainda pior.
É difícil atrair e reter bons profissionais", diz o coordenador
da pós-graduação em educação
da USP, Romualdo Portela.
Segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), São Paulo tem a segunda
cesta básica mais cara dos país,
só abaixo da de Porto Alegre.
"O salário inicial é importante. Mas o jovem também olha as
possibilidades de ascensão na
carreira", afirma o pesquisador
Eduardo Andrade, do Insper
(antigo Ibmec-SP).
Novo ranking
Desde 2007, quando a reportagem fez o último ranking, ultrapassaram São Paulo os Estados do Espírito Santo, Amapá,
Mato Grosso e Paraná.
"O Estado vem recuperando
os salários desde o ano 2000.
Diminuíram as greves, melhorou a qualidade de ensino",
afirma o representante dos
professores da rede estadual do
Mato Grosso do Sul (7º no ranking), Jaime Teixeira.
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