São Paulo, sexta-feira, 01 de abril de 2011

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USP eleva bônus de aluno de escola pública

Quem estudou os ensinos fundamental e médio na rede terá aumento do benefício de 12% para 15% na Fuvest

Universidade também toma medidas a fim de reduzir a influência dos chamados "treineiros piratas" no vestibular

Pierre Duarte/Folhapress
Alunos protestam contra políticas de inclusão da USP durante reunião do Conselho de Graduação da universidade

PATRÍCIA GOMES
FÁBIO TAKAHASHI
DE SÃO PAULO

A USP decidiu que, a partir já do próximo vestibular, o bônus máximo de um aluno que estudou a vida toda em escola pública vai passar de 12% para 15% na Fuvest.
A decisão foi tomada ontem pelo Conselho de Graduação, que anunciou uma série alterações em seu sistema de bônus para alunos oriundos de escola pública.
Desde sua criação, os bônus eram pouco conhecidos e tinham alcance menor do que a universidade queria.
A partir de agora, todas as bonificações vão se basear no desempenho do concorrente na primeira fase da USP, composta por 90 questões de múltipla escolha.
A nova regra prevê que o aluno que tenha estudado a vida inteira em escola pública possa concorrer a bônus na Fuvest a partir do segundo ano do ensino médio.
Nessa série, o aluno fará a primeira etapa da USP e poderá obter um bônus de até 5%, que serão guardados para o ano seguinte. Mesmo quem não acertou nenhuma questão receberá 2%.
Já para o terceiro ano, o bônus pode chegar a 10% se o aluno acertar 60 questões ou mais, dois terços da prova.
Só neste vestibular, alunos do terceiro ano concorrerão a bônus de 15% por não terem feito prova no ano passado.
Apesar de o bônus total a alunos do segundo ano ser concedido para quem acertar metade da prova, educadores acham que o novo sistema dificulte a vida dos alunos, uma vez que impõe uma prova difícil a estudantes que ainda não viram todo o conteúdo do ensino médio.
Alunos que fizeram só o ensino médio em escola pública podem receber até 8% de bônus, em vez dos 9% em vigor até a prova passada.
O conselho decidiu também incluir, no momento da inscrição, uma autenticação de informações prestadas para tentar reduzir o efeito dos chamados "treineiros piratas" no processo seletivo.
O candidato que não está no terceiro ano do ensino médio, mas não se inscreveu na carreira destinada a ele, deverá assinar uma declaração abrindo mão de ser convocado para a matrícula. A Fuvest não sabe o que fazer com quem não quiser assinar.
Mas a medida não impede que os candidatos concorram a carreiras reais, o que infla a disputa dos cursos e atrapalha as chamadas.

MAIS ALTERAÇÕES
Outros assuntos, que podem endurecer as regras de entrada na USP já para o próximo vestibular, tiveram a discussão adiada para abril.
Serão analisados: 1) o aumento da nota de corte mínima de 22 para 27 pontos; 2) a diminuição do número de candidatos na segunda etapa; 3) a redução do número de perguntas na segunda fase; 4) a possibilidade de o candidato mudar de carreira a partir da terceira chamada; e 5) uso da nota da primeira fase no resultado final.


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