São Paulo, sexta-feira, 01 de abril de 2011

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Líder do governo chama Bolsonaro de "estúpido"

Vaccarezza diz que polêmica levanta questão da imunidade parlamentar

Ontem, outro deputado provocou reações de gays e negros; Marco Feliciano nega ser racista e homofóbico

DE BRASÍLIA
DO RIO


O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), disse ontem que o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), autor de declarações consideradas racistas e homofóbicas, caracteriza-se como um deputado "estúpido".
Para Vaccarezza, o caso de Bolsonaro tem que ser analisado não só pela corregedoria e pelo Conselho de Ética da Câmara mas também pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). "Precisamos nos debruçar sobre os limites da imunidade parlamentar."
Na segunda passada, a cantora Preta Gil perguntou no programa "CQC", da TV Bandeirantes, como Bolsonaro reagiria se seu filho se apaixonasse por uma negra.
"Preta, não vou discutir promiscuidade. Eu não corro esse risco e meus filhos foram muito bem educados. E não viveram em ambiente como lamentavelmente é o teu", respondeu o deputado, que alega não ter entendido a pergunta. Ele diz que achou que ela se referia a um relacionamento homossexual.
Bolsonaro respondeu a Vaccarezza. "Se essa palavra [estupidez] partisse de mim, seria quebra de decoro, mas, como partiu dele, é liberdade de expressão", afirmou.
Ontem, mais duas representações por quebra de decoro contra ele foram protocoladas, totalizando sete.
À Rádio Tupi, do Rio, Bolsonaro voltou a dizer ontem que não é racista (ele já havia dito que a mulher é afrodescendente e o sogro, negão), mas ampliou os ataques aos gays. Para ele, é preferível uma criança morar na rua a ser adotada por um casal gay.
Bolsonaro também reafirmou que Preta Gil é "promíscua". "É só você ler no site dela, ela dizendo que já participou de sexo com mulheres, que participa de suruba."
Ele criticou também o pai da cantora, Gilberto Gil. "O pai dela é outro que vive dando bitoquinha em homens."
A Folha não conseguiu falar ontem com Preta. Gilberto Gil disse que não falaria.
Outro deputado que provocou reações de grupos de defesa dos gays e negros foi Marco Feliciano (PSC-SP).
"Africanos descendem de ancestral amaldiçoado por Noé", disse ontem no Twitter. "Amamos os homossexuais, mas abominamos suas práticas promiscuas!" Deputados prometem representar contra ele, que negou ser racista ou homofóbico.


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