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Para CNE, equipar não basta
da Sucursal de Brasília
O presidente do CNE (Conselho
Nacional de Educação), Ulysses
Panisset, afirma que a infra-estrutura das escolas é importante para
a aplicação das diretrizes curriculares da educação básica, mas diz
que equipamentos não bastam
para ter educação de qualidade.
"Não podemos esquecer que
Platão dava aula embaixo de uma
árvore mais de 2.000 anos atrás, e
nós falamos dele até hoje."
Ele diz que a visão pedagógica
pode ser aplicada desde que os
professores se adaptem aos alunos. "É claro que, quanto mais biblioteca, laboratórios e Internet,
mais se aperfeiçoa o projeto pedagógico. Mas o censo escolar revelou que a correção desse processo
depende dos Estados, dos municípios e do governo federal."
Pela Constituição, a educação
básica (ensinos infantil, fundamental e médio) é atribuição dos
municípios e dos Estados.
O presidente da Undime (união
de secretários municipais da Educação), Neroaldo Pontes de Azevedo, diz que o governo federal
precisa colaborar e investir mais.
"Antes um grupo pequeno entrava na escola. Hoje, temos 96%
das crianças de 7 a 14 anos nas escolas. Na medida em que aumentou o acesso à escola pública, se
pensou menos na qualidade", diz.
Panisset também destaca o aumento do número de crianças no
sistema de educação.
"A transição por que passamos
é que os municípios e os Estados
estão se ajustando. Cresceram as
matrículas tanto no ensino médio
quanto no fundamental. É natural
que surjam problemas."
Para Azevedo, a educação chegou "ao fundo do poço" e por isso
foi preciso criar o Fundef. O Fundo de Manutenção do Ensino
Fundamental e de Valorização do
Magistério foi criado por emenda
constitucional e passou a vigorar
em todo o país em 98.
Esse mecanismo determina que
Estados e municípios apliquem
no ex-1º grau 15% de sua arrecadação. Também estipula que deve
haver um piso anual mínimo por
aluno. Nos Estados em que o dinheiro do fundo não é suficiente
para cobrir o piso, o governo federal complementa.
"O regime de colaboração entre
municípios, Estados e governo federal em educação é muito falho.
Sabemos que nem sempre Estados e municípios investem 25%
de seus orçamentos em educação.
E a lei que criou o Fundef não vem
sendo cumprida pelo governo federal", afirma.
(BB)
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