São Paulo, segunda-feira, 01 de maio de 2000


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CONSUMO

Loja de móveis fecha e atrasa encomendas


EUNICE NUNES
especial para a Folha

MARIANA VIVEIROS
da Reportagem Local

A rede de lojas Show de Cozinhas, com sete filiais na Grande São Paulo, fechou as portas há cerca de 15 dias e deixou de entregar as compras de dezenas de consumidores.
A cabeleireira Maria de Fátima Fogaça Azevedo, 28, comprou uma cozinha planejada que deveria ter sido entregue e montada até o dia 22 de março. A compra chegou incompleta, com 15 dias de atraso e não foi montada.
Maria de Fátima precisou fazer uma reforma na cozinha para abrigar os novos armários. Como nada foi instalado, a cabeleireira diz que está tendo de lavar a louça na pia do banheiro.
Ela pagou R$ 2.800 pelos móveis, em dez cheques pré-datados, dos quais três chegaram a ser compensados. Os demais cheques foram sustados.
Maria de Fátima fez um boletim de ocorrência no 9º DP (Carandiru) e entrou com uma ação de reparação de danos no Juizado Especial Cível.
Até a semana passada, o 9º DP havia registrado cerca de 30 boletins de ocorrência contra a Show de Cozinhas. De 16 de fevereiro a 25 de abril, 43 ações judiciais foram propostas contra a rede, 36 delas por consumidores.
Na última quinta-feira, consumidores e funcionários da empresa realizaram protesto em frente à loja central no Pari (centro de SP). Os salários estão atrasados desde fevereiro, segundo o advogado da rede, Maurício Ejchel.
Neste ano, até o dia 21 de abril, o Procon havia recebido 17 reclamações contra a Show de Cozinhas, todas ainda em andamento. A maioria delas é por não entrega da mercadoria.
Ejchel garante que seis lojas da rede serão reabertas amanhã e que os clientes receberão as mercadorias ou o dinheiro de volta. Para isso, podem dirigir-se à loja do Pari, na rua Paulo Andrighetti, 354. O advogado afirma que a empresa, que existe há 16 anos, não pretende pedir concordata.
Os problemas da Show de Cozinhas começaram em meados do ano passado, quando seus principais fornecedores abriram lojas próprias e passaram a vender para outros concorrentes.
A partir daí, segundo Ejchel, o faturamento caiu de cerca de R$ 1 milhão para R$ 400 mil mensais.
Durante os 15 dias de paralisação das atividades, a empresa fez um balanço especial e procurou levantar dinheiro em bancos e por meio de empréstimos pessoais aos proprietários, Leo e Rosely Kauffman.


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