|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CONSUMO
Loja de móveis fecha e atrasa encomendas
EUNICE NUNES
especial para a Folha
MARIANA VIVEIROS
da Reportagem Local
A rede de lojas Show de Cozinhas, com sete filiais na Grande
São Paulo, fechou as portas há
cerca de 15 dias e deixou de entregar as compras de dezenas de
consumidores.
A cabeleireira Maria de Fátima
Fogaça Azevedo, 28, comprou
uma cozinha planejada que deveria ter sido entregue e montada
até o dia 22 de março. A compra
chegou incompleta, com 15 dias
de atraso e não foi montada.
Maria de Fátima precisou fazer
uma reforma na cozinha para
abrigar os novos armários. Como
nada foi instalado, a cabeleireira
diz que está tendo de lavar a louça
na pia do banheiro.
Ela pagou R$ 2.800 pelos móveis, em dez cheques pré-datados,
dos quais três chegaram a ser
compensados. Os demais cheques foram sustados.
Maria de Fátima fez um boletim
de ocorrência no 9º DP (Carandiru) e entrou com uma ação de reparação de danos no Juizado Especial Cível.
Até a semana passada, o 9º DP
havia registrado cerca de 30 boletins de ocorrência contra a Show
de Cozinhas. De 16 de fevereiro a
25 de abril, 43 ações judiciais foram propostas contra a rede, 36
delas por consumidores.
Na última quinta-feira, consumidores e funcionários da empresa realizaram protesto em frente à
loja central no Pari (centro de SP).
Os salários estão atrasados desde
fevereiro, segundo o advogado da
rede, Maurício Ejchel.
Neste ano, até o dia 21 de abril, o
Procon havia recebido 17 reclamações contra a Show de Cozinhas, todas ainda em andamento.
A maioria delas é por não entrega
da mercadoria.
Ejchel garante que seis lojas da
rede serão reabertas amanhã e
que os clientes receberão as mercadorias ou o dinheiro de volta.
Para isso, podem dirigir-se à loja
do Pari, na rua Paulo Andrighetti,
354. O advogado afirma que a empresa, que existe há 16 anos, não
pretende pedir concordata.
Os problemas da Show de Cozinhas começaram em meados do
ano passado, quando seus principais fornecedores abriram lojas
próprias e passaram a vender para outros concorrentes.
A partir daí, segundo Ejchel, o
faturamento caiu de cerca de R$ 1
milhão para R$ 400 mil mensais.
Durante os 15 dias de paralisação das atividades, a empresa fez
um balanço especial e procurou
levantar dinheiro em bancos e
por meio de empréstimos pessoais aos proprietários, Leo e Rosely Kauffman.
Texto Anterior: Dramaturgo Vallejo morre aos 83 anos Próximo Texto: Consumidor pode cancelar contrato Índice
|