São Paulo, quinta-feira, 01 de maio de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Plano terá de levar paciente em coma de volta a hospital

Liminar obriga operadora a transferir professora para o Igesp, onde ela estava até março

Decisão contraria liminar que permitiu transferência para hospital de menor porte; empresa diz que objetivo era dar tratamento adequado

MÁRCIO PINHO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Justiça determinou que a professora de inglês Olga Ivanovic, 46, em coma desde 2006, seja levada de volta ao Hospital Igesp, onde estava internada até março. A decisão contraria a liminar obtida pela operadora de saúde Avimed que permitiu a transferência do Igesp, hospital de alta complexidade na região central da capital, para um de menor porte na zona norte.
A nova liminar foi concedida ontem pelo desembargador Silvério Ribeiro. Segundo Cláudia Neves Mascia, advogada de Olga, a ação trazia o parecer de um médico que constatou que a paciente precisaria de hospital com fisioterapia motora e respiratória e acompanhamento clínico, de intensivista e neurologista, entre outros serviços. Ela diz ainda que não havia justificativa consistente para que se tirasse a paciente do Igesp.
Olga estava internada nesse hospital, que fica próximo à residência de sua mãe, desde 17 de setembro de 2006, poucos dias depois de a Avimed comprar o plano de outra operadora, do qual ela era beneficiária. Ela tinha depressão e chegou ao hospital após interromper tratamento e ter convulsão.
Uma liminar em primeira instância em 25 de março autorizou a Avimed a fazer a remoção. Baseada no parecer de um médico indicado pela operadora e no argumento da Avimed de que havia custos elevados sem necessidade, a Justiça entendeu que a permanência no Igesp não era necessária.
Segundo a mãe de Olga, a imigrante da antiga Iugoslávia Nadia Ivanovic, 75, a transferência ocorreu sem seu conhecimento. "Em 28 de março fui visitar Olga e ela já não estava no quarto. A Avimed telefonou dias depois para explicar."
Ela conta que a filha tinha melhorado nos últimos tempos para um estado minimamente consciente. "Colocava música para ela. Há algumas semanas, seu estado regrediu. Ela tem direito a um hospital com médicos de diversas especialidades."
A Avimed diz que o objetivo da transferência foi dar tratamento mais adequado em um hospital especializado em pacientes crônicos, com maior segurança e conforto, já que o Igesp não oferece um ambiente adequado nesse caso por ser um local de grande trânsito de pacientes com diversas patologias. A operadora diz ainda que a necessidade foi explicada várias vezes à família, que todos os contatos foram feitos, e que não conhecia a nova liminar.


Texto Anterior: Há 50 Anos
Próximo Texto: Clima: Sul tem a madrugada mais fria deste ano
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.