São Paulo, quinta-feira, 01 de maio de 2008

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Coordenador diz que fez apenas um "desabafo"

RENATA BAPTISTA
DA AGÊNCIA FOLHA

Um dia após atribuir ao "baixo QI [quociente de inteligência] dos baianos" o mau desempenho dos alunos de medicina da UFBA (Universidade Federal da Bahia) no Enade (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes), o coordenador do curso, Antônio Natalino Dantas, afirmou ontem que suas declarações foram um "desabafo", mas não negou o que disse.
Ele afirmou ter passado um "dia de cão" ontem. Disse ter recebido trotes e ter sido aconselhado a não sair de casa. Dantas reconheceu que os alunos foram recrutados por um vestibular qualificado, mas que "eles são acostumados a avaliação de múltipla escolha, diferentemente do sistema do Enade".
O professor negou ser racista. "Até a Hitler me compararam." O coordenador contou que tentou dar aulas ontem, mas foi cercado por jornalistas.
"Alguns [repórteres] distorceram maldosamente o que eu disse, fazendo parecer que sou fascista", afirmou.
Dantas, que anteontem disse que baiano "só toca berimbau porque só tem uma corda", afirmou não gostar do instrumento, mas que passou a vê-lo "com mais simpatia".
Ele disse ainda que está fazendo aulas de teclado no curso livre de música da UFBA, "onde convive com professores baianos e afrodescendentes altamente qualificados".
Em entrevista à Folha anteontem, o professor disse que fez cursos de pós-graduação em São Paulo e que as pessoas não acreditavam que ele era baiano por causa de sua competência e de sua cor.


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