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Coordenador diz que fez apenas um "desabafo"
RENATA BAPTISTA
DA AGÊNCIA FOLHA
Um dia após atribuir ao "baixo QI [quociente de inteligência] dos baianos" o mau desempenho dos alunos de medicina
da UFBA (Universidade Federal da Bahia) no Enade (Exame
Nacional de Desempenho dos
Estudantes), o coordenador do
curso, Antônio Natalino Dantas, afirmou ontem que suas
declarações foram um "desabafo", mas não negou o que disse.
Ele afirmou ter passado um
"dia de cão" ontem. Disse ter
recebido trotes e ter sido aconselhado a não sair de casa. Dantas reconheceu que os alunos
foram recrutados por um vestibular qualificado, mas que "eles
são acostumados a avaliação de
múltipla escolha, diferentemente do sistema do Enade".
O professor negou ser racista. "Até a Hitler me compararam." O coordenador contou
que tentou dar aulas ontem,
mas foi cercado por jornalistas.
"Alguns [repórteres] distorceram maldosamente o que eu
disse, fazendo parecer que sou
fascista", afirmou.
Dantas, que anteontem disse
que baiano "só toca berimbau
porque só tem uma corda", afirmou não gostar do instrumento, mas que passou a vê-lo "com
mais simpatia".
Ele disse ainda que está fazendo aulas de teclado no curso
livre de música da UFBA, "onde
convive com professores baianos e afrodescendentes altamente qualificados".
Em entrevista à Folha anteontem, o professor disse que
fez cursos de pós-graduação
em São Paulo e que as pessoas
não acreditavam que ele era
baiano por causa de sua competência e de sua cor.
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