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Roubos, estupros e mortes crescem em todo o Estado
Assalto seguido de morte aumentou 36,23% nos primeiros três meses deste ano
Porta-voz do governo Serra para o assunto, Túlio Kahn atribui o aumento da violência a uma série de circunstâncias, incluindo a crise econômica
ROGÉRIO PAGNAN
LUIS KAWAGUTI
DA REPORTAGEM LOCAL
A criminalidade aumentou
nos três primeiros meses do
ano em todo o Estado de São
Paulo. Números divulgados ontem pela Secretaria da Segurança mostram o crescimento
significativo dos casos de roubo, estupro e latrocínio (roubo
seguido de morte).
Os homicídios, que até setembro seguiam tendência de
queda, voltaram a aumentar.
"Não estamos nos nossos
melhores momentos", disse o
sociólogo Túlio Kahn, coordenador da CAP (Coordenadoria
de Análise e Planejamento, da
Secretaria da Segurança) e porta-voz do governo José Serra
(PSDB) para essa divulgação.
Ele atribuiu o crescimento da
violência a "uma série de fatores", entre eles o aumento da
circulação de armas de fogo
(subiu 4,5% a apreensão de armas) e a crise econômica.
Pelo menos 63.729 casos de
roubo foram registrados no período -recorde histórico no
Estado. Em comparação aos
três primeiros meses do ano
passado, o crescimento foi de
19,13%. O aumento foi praticamente em todo o Estado.
Os latrocínios, que já haviam
crescido no último trimestre de
2008, voltaram a aumentar:
36,23% -94 pessoas foram assassinadas durante assaltos.
Já os casos de homicídio doloso (quando há intenção de
matar) subiram em relação ao
1º trimestre do ano passado -o
quarto trimestre de 2008 havia
interrompido um ciclo de 29
trimestres seguidos de queda.
O aumento foi de 0,7% em todo o Estado em comparação ao
mesmo período de 2008. Nos
municípios do interior, o crescimento foi de 11,06%. Na capital, houve uma queda de 6,44%,
mas abaixo da expectativa do
governo (de mais de 10%).
Túlio Kahn afirma não ter
explicação única para o crescimento da violência. Para ele, a
crise econômica pode ter ajudado a "amplificar" o problema, mas não é a causa. Isso porque, diz, desde janeiro de 2008
iniciou-se a tendência de alta.
Já em relação ao aumento
dos casos de estupro (foram
1.050 ocorrências registradas
no Estado), ele admitiu não ter
explicação. "Seria algum fenômeno social?", questionou. "A
mudança [dos índices] é muito
brusca. Nem para pior a polícia
consegue mudar tão rápido."
De acordo com o sociólogo, a
mudança do comando da secretaria e da polícia podem ajudar
a melhorar os índices. Ronaldo
Marzagão deixou o cargo em 17
de março. Foi substituído por
Antonio Ferreira Pinto. "A gente sabe que, sempre quando entra uma nova equipe, retomam-se com mais intensidade as atividades", disse.
Kahn disse que só o governador pode dizer se a saída de
Marzagão está ligada a esses
números. "Esses dados ainda
estão refletindo a administração anterior", afirmou. Serra,
por meio de sua assessoria, negou haver uma vinculação.
Marzagão não foi localizado pela Folha ontem.
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