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SP tem epidemia de homicídios dolosos, de acordo com OMS
Crescimento dos registros de homicídios elevou a taxa de São Paulo de 10,6 para 11 casos por 100 mil habitantes
Túlio Kahn diz que resultado não é preocupante porque o Estado já está próximo do seu limite mínimo, após
as reduções recentes
DA REPORTAGEM LOCAL
O crescimento dos registros
de homicídios dolosos no interior (11,6%) fez com que a taxa
no Estado de São Paulo subisse
de 10,6 para 11 casos por 100
mil habitantes ao ano. Para a
OMS (Organização Mundial da
Saúde), quando esse índice é
superior a 10 casos para cada
100 mil habitantes, considera-se como "zona epidêmica".
Para o sociólogo Túlio Kahn,
apesar dessa inversão na curva
de queda -que vinha até setembro passado com 29 trimestres consecutivos de redução-, o resultado não é preocupante porque o Estado está
próximo do seu limite mínimo.
"Eu acho que nós estamos
perto do nosso limite mesmo,
que é de 10, 9 [casos por 100 mil
habitantes]. Nova York tem 7",
disse. "Um dia esse ciclo iria se
esgotar. Não dá para cair indefinidamente", afirmou, lembrando que em 1999 foram registrados 12.818 assassinatos (14,1
por 100 mil habitantes) contra
os 4.426 do ano passado.
Kahn é o porta-voz do governo José Serra (PSDB) na divulgação de dados de violência. Ele
é o responsável pela CAP
(Coordenadoria de Análise e
Planejamento) da Secretaria da
Segurança Pública. "Vai chegar
uma hora em que vai estabilizar. Não é possível uma cidade
subdesenvolvida, do Terceiro
Mundo, com 10 milhões de habitantes e todos os problemas
de São Paulo, ter 3 ou 4 homicídios por 100 mil, como países
desenvolvidos", completou.
Na capital, apesar da queda
de 6,44%, as expectativas não
foram atingidas. "É uma queda,
mas também é uma redução da
velocidade da queda", afirmou.
Vítimas
Os cálculos acima foram feitos pelo número de boletins registrados, método que o governo prefere utilizar. Quando é
utilizado o número de vítimas,
essa redução na capital é menor: 3,8%. Foram mortas 323
pessoas nos três primeiros meses deste ano, contra 336 no
mesmo período de 2008.
Já para todo o Estado ou o interior, esses cálculos não mudam muito: o Estado cresce
0,8% (0,7% pelos boletins) -de
1.197 pessoas no primeiro trimestre de 2008 para 1.207 neste ano. No interior, o aumento
fica em 11,5% (contra 11,06%).
São 486 vítimas no ano passado, contra as 542 deste ano.
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