São Paulo, sexta-feira, 01 de maio de 2009

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SP tem epidemia de homicídios dolosos, de acordo com OMS

Crescimento dos registros de homicídios elevou a taxa de São Paulo de 10,6 para 11 casos por 100 mil habitantes

Túlio Kahn diz que resultado não é preocupante porque o Estado já está próximo do seu limite mínimo, após as reduções recentes


DA REPORTAGEM LOCAL

O crescimento dos registros de homicídios dolosos no interior (11,6%) fez com que a taxa no Estado de São Paulo subisse de 10,6 para 11 casos por 100 mil habitantes ao ano. Para a OMS (Organização Mundial da Saúde), quando esse índice é superior a 10 casos para cada 100 mil habitantes, considera-se como "zona epidêmica".
Para o sociólogo Túlio Kahn, apesar dessa inversão na curva de queda -que vinha até setembro passado com 29 trimestres consecutivos de redução-, o resultado não é preocupante porque o Estado está próximo do seu limite mínimo.
"Eu acho que nós estamos perto do nosso limite mesmo, que é de 10, 9 [casos por 100 mil habitantes]. Nova York tem 7", disse. "Um dia esse ciclo iria se esgotar. Não dá para cair indefinidamente", afirmou, lembrando que em 1999 foram registrados 12.818 assassinatos (14,1 por 100 mil habitantes) contra os 4.426 do ano passado.
Kahn é o porta-voz do governo José Serra (PSDB) na divulgação de dados de violência. Ele é o responsável pela CAP (Coordenadoria de Análise e Planejamento) da Secretaria da Segurança Pública. "Vai chegar uma hora em que vai estabilizar. Não é possível uma cidade subdesenvolvida, do Terceiro Mundo, com 10 milhões de habitantes e todos os problemas de São Paulo, ter 3 ou 4 homicídios por 100 mil, como países desenvolvidos", completou.
Na capital, apesar da queda de 6,44%, as expectativas não foram atingidas. "É uma queda, mas também é uma redução da velocidade da queda", afirmou.

Vítimas
Os cálculos acima foram feitos pelo número de boletins registrados, método que o governo prefere utilizar. Quando é utilizado o número de vítimas, essa redução na capital é menor: 3,8%. Foram mortas 323 pessoas nos três primeiros meses deste ano, contra 336 no mesmo período de 2008.
Já para todo o Estado ou o interior, esses cálculos não mudam muito: o Estado cresce 0,8% (0,7% pelos boletins) -de 1.197 pessoas no primeiro trimestre de 2008 para 1.207 neste ano. No interior, o aumento fica em 11,5% (contra 11,06%). São 486 vítimas no ano passado, contra as 542 deste ano.


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