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PERNAMBUCO
Todas as vítimas são da mesma família; local clandestino guardava cerca de 800 kg de peças pirotécnicas
Explosão de fábrica de fogos mata cinco
JAIRO MARQUES
DA AGÊNCIA FOLHA
Cinco pessoas morreram e outras seis ficaram feridas -quatro
em estado gravíssimo- com a
explosão de uma fabriqueta clandestina de fogos em Afogados da
Ingazeira (PE). O acidente aconteceu na noite de anteontem e
destruiu completamente a casa de
cinco cômodos onde funcionava
o negócio. Todos os atingidos
pertencem a mesma família.
A tragédia, segundo a Polícia Civil, ocorreu por volta das 23h40,
logo após o final da partida entre
Corinthians e Palmeiras, pela Copa Libertadores da América.
A polícia trabalha com a hipótese, narrada pelos vizinhos do local, de que a explosão foi ocasionada pela faísca de um traque,
que teria sido disparado por uma
das crianças da casa.
Os corpos de Joana D'arc Monteiro dos Santos, 43, Washington
Eduardo Monteiro dos Santos, 16,
Weverton Bruno Monteiro dos
Santos, 4, e Wille Cleyson Monteiro dos Santos, 13, foram encontrados carbonizados.
Os feridos foram levados para o
Hospital da Restauração, em Recife, e para a Casa de Saúde Doutor José Evoy de Moura. José Angelo, marido de Joana D'arc, morreu ontem à tarde, no hospital.
O enterro da mãe e dos três filhos não havia acontecido até o final da tarde de ontem.
O delegado João Gaspar Ribeiro
de Souza, que abriu inquérito para apurar quem são os responsáveis pelo acidente, estima que havia cerca de 800 quilos de fogos de
artifício espalhados por todas as
partes da casa. Cerca de 50% do
material foi incinerado. Os móveis e objetos pessoais da família
ficaram destruídos.
"O estrago só não foi maior porque a vizinhança se uniu e ajudou
a apagar o incêndio. Nesta época,
quando se aproximam as festas
juninas, fica muito difícil conter a
clandestinidade", declarou Souza.
O Corpo de Bombeiros mais
próximo de Afogados da Ingazeira (386 km de Recife) fica a 180
km dali, no município de Belo Jardim. De acordo com a polícia, o
incêndio demorou cerca de 40
minutos para ser contido.
Segundo a prefeita do município, Maria Gizelda Simões Inácio,
existem três equipes de vigilância
em Afogados da Ingazeira para
evitar atividades clandestinas de
comércio de fogos.
"Embora tenhamos a vigilância
e façamos advertências, fica muito difícil controlar esse tipo de atividade (clandestina). Nesta época
do ano, as pessoas, por uma questão de sobrevivência, vêem na
venda de fogos uma forma de tentar um dinheiro a mais."
A partir da próxima semana, a
prefeitura pretende iniciar uma
campanha educativa para esclarecer a população dos riscos das atividades com explosivos.
"Não tínhamos conhecimento
de que as pessoas estavam trabalhando com essa quantidade de
explosivos", afirmou.
Após a explosão de anteontem,
a polícia recebeu duas denúncias
de depósitos clandestinos de fogos na cidade. "Infelizmente, só
após uma tragédia é que as pessoas ganham coragem para tomar
uma atitude", declarou a prefeita.
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