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TCU veta repasses ao Rodoanel
Segundo o tribunal, foram confirmados indícios de sobrepreço, superfaturamento e deterioração precoce
Governo Serra tem ainda cerca de R$ 20 milhões para receber da União referentes ao trecho oeste, já concluído e em uso desde 2002
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O TCU (Tribunal de Contas
da União) determinou que o
governo federal suspenda o repasse dos recursos restantes
destinados ao trecho oeste do
Rodoanel, cujas pistas foram
entregues em 2002.
O governo de José Serra
(PSDB) tem ainda cerca de
R$ 20 milhões para receber da
União, por meio do Dnit (Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes).
O valor representa 1,6% do
custo total do trecho -R$ 1,2
bilhão, segundo a Secretaria
Estadual dos Transportes.
O TCU determinou ainda
que a Dersa (Desenvolvimento
Rodoviário S.A.), empresa ligada ao governo do Estado e responsável direta pela obra, suspenda pagamentos com recursos federais a terceiros envolvidos na construção.
Um dos itens do acórdão do
TCU afirma que foram "confirmados os indícios de sobrepreço, superfaturamento e de pagamentos indevidos, da elevação do valor da obra em percentuais superiores aos permitidos
pela lei e da informação de detecção de sinais de deterioração extremamente precoce da
pavimentação".
A Secretaria dos Transportes
não se manifestou ontem (leia
texto ao lado).
A decisão do plenário do
TCU é cautelar e, diante de
qualquer recurso, será imediatamente suspensa, liberando a
continuidade dos pagamentos
até a decisão final -ainda sem
data prevista. Dnit e Dersa têm
15 dias para recorrer.
Na prática, a decisão do TCU
não afeta em nada a população,
que há cinco anos trafega na
pista do trecho do anel viário
Mário Covas.
As obras do trecho sul do
complexo foram iniciadas dias
atrás e orçadas em cerca de
R$ 3,6 bilhões, segundo o governo do Estado. A previsão de
entrega do trecho sul é 2010.
Quando totalmente concluído, o Rodoanel será um complexo de 170 quilômetros que
ligará por fora da capital as
principais estradas do Estado.
No TCU, o relator do processo foi o ministro Augusto Sherman Cavalcanti. No acórdão, o
tribunal cobra que o Dnit
"exerça mais efetivamente a
atividade de controle e fiscalização (...), procedendo tempestivamente às correções de falhas observadas, exigindo a
apresentação de prestações de
contas parciais e finais".
De acordo com a assessoria
de imprensa do tribunal, "o
TCU fará tomada de contas especial para apurar eventuais
danos ao erário e identificar os
respectivos responsáveis".
(EDUARDO SCOLESE)
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