São Paulo, segunda-feira, 01 de junho de 2009

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Polícia apura se atropelamento foi proposital

Empresário de 22 anos morreu no incidente, na zona sul de SP; segunda vítima, um piloto de carros, está internada

Imagens cedidas por prédio vizinho ao local mostram quando carro atinge dupla; dono teria lavado o veículo em seguida, afirma a polícia

DO "AGORA"

A polícia já tem as imagens do atropelamento supostamente intencional que matou o empresário Rafael Gomes de Freitas, 22, e deixou Vinícius Elias Mauri, 22, gravemente ferido na madrugada de anteontem, no Jardim Marajoara (zona sul de São Paulo). O motorista fugiu sem prestar socorro.
Freitas e Mauri caminhavam na rua Doutor Ferreira Lopes, por volta das 4h de anteontem, quando foram atropelados.
A Polícia Civil recebeu de familiares das vítimas imagens do circuito de monitoramento de um condomínio que fica na rua Olavo Bilac, bem em frente ao local do acidente, que mostram o que aconteceu.
Segundo o relato de testemunhas, eles foram atingidos por um veículo escuro dirigido pelo mesmo homem que, momentos antes, abordara a dupla para perguntar se eles haviam visto um travesti que havia danificado o para-brisa do carro.
Logo depois da abordagem, o motorista saiu em alta velocidade, deu a volta no quarteirão e atirou o veículo na direção do grupo. Freitas, que seria pai em um mês, não resistiu.
Segundo boletim médico, Mauri, que é piloto de carros e corre de Stock Car paulista, sofreu traumatismo craniano e estava em coma induzido, com um coágulo no cérebro.

Pelas costas
De acordo com o relato de parentes que tiveram acesso às imagens, por volta das 4h20, um Corsa é visto com o pisca-alerta ligado na esquina das ruas Doutor Ferreira Lopes e José de Alencar -conhecido ponto de travestis.
Minutos depois, o carro parou na esquina da rua Olavo Bilac, onde estavam Freitas e Mauri e um casal de amigos.
Em seguida, as imagens mostram que o Corsa sobe a rua e reaparece em alta velocidade descendo a Doutor Ferreira Lopes e atropelando os jovens. "Eles estavam de costas. Nem conseguiram se defender ou fugir do carro", contou a tia de Freitas, Elaine Gomes, 45.
O casal de amigos, que estava na outra calçada, corre e começa a pedir ajuda. Na imagem seguinte, segundo parentes, o veículo é visto passando pelo local e subindo a rua Doutor Ferreira Lopes na contramão.
A polícia também recebeu informações de que o motorista suspeito do crime mandou lavar o Corsa em um posto de combustíveis na avenida Washington Luis, após o acidente.
A investigação também apura se uma discussão entre um homem e um travesti na rua José de Alencar, praticamente no mesmo horário do acidente, estaria relacionada ao caso.
Ontem de manhã, parentes e amigos acompanharam o enterro de Freitas, no cemitério de Congonhas (zona sul de SP). "Foi uma injustiça, mas nós vamos até o fim. Quem fez isso, vai ter de pagar", disse a tia.
No momento do acidente, os jovens seguiam para o escritório de Freitas. "Eles estavam comigo no supermercado Pão de Açúcar e resolveram ir na frente. Minutos depois, recebi uma ligação avisando do acidente", contou Isabela, 19, que é irmã de Mauri.


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