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Vereadores vão devolver verba ilegal em até 16 anos
Câmara paulistana foi condenada em ação
JOSÉ BENEDITO DA SILVA
DE SÃO PAULO
O dinheiro foi pago de forma ilegal aos vereadores
paulistanos de 1993 a 1994, a
ação judicial contra o pagamento tramitou por 17 anos e
agora, condenados, parte deles devolverá a verba em parcelamentos de até 16 anos.
Ação popular, movida por
quatro moradores do distrito
da Lapa (zona oeste), teve
sentença final em fevereiro.
A Justiça entendeu que a
Câmara pagou salários acima do teto constitucional por
13 meses. No total, 55 parlamentares -entre eles o hoje
prefeito Gilberto Kassab- foram condenados a devolver
em torno de R$ 5,5 milhões.
Quatorze vereadores devolveram o valor à vista, entre eles Kassab, que restituiu
R$ 100.686 ao município.
Outros 23 optaram por parcelar, a maioria em 60 meses
(14 fizeram essa opção). As
parcelas terão correção de
1% ao mês mais a variação do
IPCA, o índice oficial de inflação calculado pelo IBGE.
O parcelamento mais longo foi o de Tereza Lajolo (PT)
-200 vezes de R$ 511,41. Professora aposentada, ela comprovou renda líquida de cerca de R$ 3.000. O segundo foi
o de Índio do Nascimento
-180 parcelas de R$ 564,46.
Quase todos os que parcelaram argumentaram "não
poder arcar com o pagamento de uma só vez". As propostas foram aceitas pela Procuradoria Geral do Município e
referendadas pela Justiça.
"Não haverá prejuízo algum", disse na ação a procuradora Ana Regina Rivas Vegas. Para ela, tudo foi feito de
acordo com a lei e o município levou em conta a "iniciativa dos devedores em resolver a situação dentro de suas
possibilidades econômicas".
Para o advogado Marco
Antônio Rodrigues Barbosa,
que defendeu os moradores
da Lapa, a devolução parcelada não é o mais relevante.
"A questão fundamental é
pedagógica, a demonstração
de exercício de cidadania."
Representantes de 17 vereadores pediram mais 20
dias para devolver os valores, apresentar contestação
ou propor acordo -a extensão do prazo foi concedida
pela Justiça.
Entre esses representantes
estão os dos seis que já morreram, e a devolução tem de
ser tratada com os responsáveis pelos espólios.
O único que tenta reverter
a condenação é Arnaldo Madeira (PSDB), que alega ter
devolvido o dinheiro em
1994, ao ser notificado.
FOLHA.com
Veja a lista dos acordos
folha.com.br/ct923515
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