|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CÂMARA
Projeto, que prevê a contratação de 788 funcionários com salários até R$ 5,7 mil, foi aprovado em segunda votação
PT aprova criação de cargos e secretarias
GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de 15 horas de discussões, rachas entre governistas e
protestos da oposição, a base de
apoio da prefeita Marta Suplicy
(PT) aprovou, na madrugada de
ontem, uma minirreforma na
Prefeitura de São Paulo e a LDO
(Lei de Diretrizes Orçamentárias)
para o próximo ano.
Cinco projetos que criam 788
cargos, três secretarias (Trabalho,
Relações Internacionais e Comunicação) e a Ouvidoria Municipal
foram aprovados em segunda votação pelos vereadores e agora só
dependem da sanção da prefeita
para entrarem em vigor.
A maior parte das funções criadas por Marta, segundo levantamento feito por vereadores da
oposição, terá salários entre R$
2.330 e R$ 5.969.
A votação da proposta que muda a lei do Psiu (Programa de Silêncio Urbano), em benefício das
igrejas evangélicas, foi adiada e só
deve voltar a ser discutida no próximo semestre. O projeto polêmico provocou divisão na bancada
governista e entre os próprios vereadores evangélicos.
O projeto do Psiu diminui a
multa de R$ 16 mil para R$ 500,
restringe a atuação de fiscais somente em casos de denúncias
com três testemunhas e estabelece
que a medição do ruído irá ocorrer na casa do denunciante, e não
na porta do templo.
Na última segunda-feira, a base
governista e vereadores evangélicos fecharam um acordo de apoio
mútuo para aprovar a minirreforma e a mudança do Psiu em primeira votação. A criação de cargos foi aprovada pela Câmara por
28 votos, o mínimo exigido.
Fim do acordo
Na sessão de anteontem o acordo não resistiu, emperrando a
pauta de votação. O vereador
evangélico Carlos Apolinário, líder do PMDB, ameaçava votar
contra o PT se o partido não se
comprometesse a aprovar pelo
menos um projeto substitutivo da
lei do Psiu.
Mas a primeira divisão ocorreu
na própria bancada evangélica. A
Folha apurou que outros quatro
vereadores do grupo não quiseram votar o projeto de Apolinário
e ameaçaram se posicionar contra
a minirreforma.
Sem esse votos, a base governista não conseguiria garantir a criação dos cargos. "Os outros evangélicos não quiseram fazer outro
projeto e nem dar o crédito só para o Apolinário", disse um vereador da base governista.
Membros da bancada petista
também ameaçavam votar contra
a lei do Psiu se não houvesse mudanças no projeto original. "Nem
precisamos impedir a votação. A
bancada evangélica fez isso por
nós", disse um petista.
Sozinho, Apolinário concordou
com o adiamento da votação. "Fizemos um novo acordo de votação em agosto. Por isso, não me
considero traído", disse Apolinário, cujo voto foi decisivo para
aprovar a minirreforma na primeira votação.
Apesar de ser minoria, a oposição tentou obstruir a votação da
minirreforma. Faixas, camisetas e
até trenzinhos de brinquedo fizeram parte dos protestos contra a
criação de cargos.
Trem da alegria
"É um verdadeiro "trem da alegria" [grandes contratações sem
concurso público" na administração", afirmou o líder do PSDB,
Gilberto Natalini.
"O governo passa por um sufoco a cada votação polêmica porque criou uma base de apoio baseada no loteamento de cargos",
disse Natalini.
O governo ainda conseguiu
aprovar ontem o Programa Bolsa-trabalho e o Começar de Novo,
projetos que fizeram parte da
campanha política de Marta.
A base governista também conseguiu aprovar o projeto que cria
14 mil cargos, a serem preenchidos por concurso público, na área
de educação do município.
O projeto, de autoria do ex-prefeito Celso Pitta (PTN), foi ressuscitado porque, de acordo com o líder do governo, José Mentor
(PT), não houve tempo para modificá-lo e "há necessidade de medida imediata".
Os vereadores também aprovaram a LDO, que traça as linhas gerais para a elaboração do Orçamento de São Paulo para o ano
que vem. A proposta permite a
criação do IPTU progressivo e de
taxas municipais, como a de limpeza urbana.
Pela LDO, a previsão da receita
de 2002 é de R$ 8,8 bilhões. A previsão orçamentária deste ano foi
de R$ 8,1 bilhões.
A oposição afirmou que vai ingressar com ação na Justiça para
invalidar a aprovação da LDO
porque a prefeitura não teria encaminhado um resumo dos projetos da prefeitura em andamento, conforme prevê o artigo 45 da
Lei de Responsabilidade Fiscal.
Texto Anterior: Outro lado: Banco nega haver critério político para reter verbas Próximo Texto: Panorâmica - Fenômeno: Cidade gaúcha inaugura museu de ufologia Índice
|