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Estatuto é "primeiro passo", diz médica
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
A pesquisadora Vilma Gawryszewski, do Centro de Controle e
Prevenção de Doenças, afirmou
que o Estatuto do Idoso, sancionado em outubro de 2003 para
garantir direitos e estipular deveres para melhorar a vida dessas
pessoas, é um "primeiro passo"
para a conscientização de que a
terceira idade precisa ser mais
bem atendida.
Mas, segundo a médica, a prevenção está ainda posta em segundo plano. "Falta uma política
pública direcionada também para
as causas externas", afirmou.
De acordo ela, essa questão não
deve ser assunto apenas da saúde
pública. Um exemplo citado pela
médica, no caso do trânsito, diz
respeito ao tempo do sinal de pedestre, que raramente é suficiente
para um idoso atravessar a rua.
Por isso, afirmou que a segurança
pública e a engenharia de trânsito
devem participar também.
Para Gawryszewski, a prevenção deve existir até dentro das casas. Muitas quedas ocorrem por
causa de pisos escorregadios, má
iluminação e mobília instável.
O estudo cita um dado de 1998
da Organização Mundial de Saúde, pelo qual "88% dos óbitos por
acidentes de transporte ocorrem
nos países com baixa e média renda" e que, além dos fatores de risco desse tipo de acidente, "dificuldades nos recursos e acesso à assistência médica podem contribuir para tal mortalidade".
Sobre isso, a médica disse: "O
atendimento pré-hospitalar tem
melhorado bastante, mas em várias capitais ainda é um problema.
O resgate [veículos de socorro
médico] é um avanço inegável.
Talvez em algumas cidades seja
insuficiente".
Reforçando a necessidade da
prevenção, o estudo diz que boa
parte da população idosa do país
(cerca de 14 milhões, ou 9% da
população total) ainda é responsável pelo sustento das famílias
-segundo o IBGE, são quase 9
milhões nessa situação-, o que
tem importante reflexo na economia, especialmente em tempos de
retração e desemprego.
"Essa população precisa ser
olhada e protegida. Mudou o enfoque, o idoso já não é mais uma
carga, muitas vezes ele é grande
fonte de renda daquela família inteira", disse a pesquisadora.
(PAULO PEIXOTO)
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