São Paulo, sábado, 01 de julho de 2006

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Um carcereiro é morto e outro escapa em dois atentados a tiros em São Paulo

DA REPORTAGEM LOCAL
DO "AGORA"

O carcereiro Gilmar Francisco da Silva, 39, foi morto por volta das 22h40 de anteontem na frente de sua casa, no Jardim Panamericano (zona norte de São Paulo). Silva trabalhava havia 11 anos no Cadeião de Pinheiros, na zona oeste. Ontem, outro carcereiro da mesma unidade também sofreu um atentado a tiros, no Jardim Arpoador (zona oeste), mas escapou.
Foi a segunda morte de um agente de segurança em menos de dois dias. Na terça-feira, Nilton Celestino, agente penitenciário no CDP (Centro de Detenção Provisória) de Itapecerica da Serra (Grande SP), morreu após levar mais de 20 tiros, também diante da sua casa.
O DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) investiga o caso do carcereiro morto. Segundo a Secretaria de Estado da Segurança Pública, o envolvimento do PCC (Primeiro Comando da Capital) não está descartado.
Os agentes são o novo alvo da facção. Na segunda, a polícia matou 13 supostos criminosos minutos antes do que anunciou ser um ataque a agentes do CDP de São Bernardo. O diretor de um presídio da capital disse à Folha que a situação está tensa, "fora de controle", no sistema carcerário.
Segundo familiares, Silva, solteiro, salário de pouco mais de R$ 1 mil mensais, entrava em casa, após voltar de um curso supletivo, quando foi abordado por cinco criminosos. Ele levou sete tiros, chegou a ser socorrido, mas não resistiu. A família desconfia de que o carcereiro foi vítima de vingança. Em abril, ele discutiu com usuários de drogas.
Hoje e amanhã, o sindicato dos agentes penitenciários promete interromper a visita dos familiares aos presos nas unidades prisionais do Estado, em geral marcada entre as 8h e as 16h. Será um luto contra a morte de Nilton Celestino. A Folha apurou, porém, que diretores de unidades prisionais, pressionados pelos detentos, pretendem liberar a visita para evitar rebeliões.
Assim como Silva, A.C.S., 49, estava na frente de casa. Dois homens em uma moto atiraram contra o carcereiro. O filho dele tentou desarmar os agressores. A dupla fugiu, e pai e filho não se feriram. Para a polícia, foi um atentado do PCC.


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