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Um carcereiro é morto e outro escapa em dois atentados a tiros em São Paulo
DA REPORTAGEM LOCAL
DO "AGORA"
O carcereiro Gilmar Francisco da Silva, 39, foi morto por
volta das 22h40 de anteontem
na frente de sua casa, no Jardim Panamericano (zona norte
de São Paulo). Silva trabalhava
havia 11 anos no Cadeião de Pinheiros, na zona oeste. Ontem,
outro carcereiro da mesma unidade também sofreu um atentado a tiros, no Jardim Arpoador (zona oeste), mas escapou.
Foi a segunda morte de um
agente de segurança em menos
de dois dias. Na terça-feira, Nilton Celestino, agente penitenciário no CDP (Centro de Detenção Provisória) de Itapecerica da Serra (Grande SP), morreu após levar mais de 20 tiros,
também diante da sua casa.
O DHPP (Departamento de
Homicídios e Proteção à Pessoa) investiga o caso do carcereiro morto. Segundo a Secretaria de Estado da Segurança
Pública, o envolvimento do
PCC (Primeiro Comando da
Capital) não está descartado.
Os agentes são o novo alvo da
facção. Na segunda, a polícia
matou 13 supostos criminosos
minutos antes do que anunciou
ser um ataque a agentes do
CDP de São Bernardo. O diretor de um presídio da capital
disse à Folha que a situação está tensa, "fora de controle", no
sistema carcerário.
Segundo familiares, Silva,
solteiro, salário de pouco mais
de R$ 1 mil mensais, entrava
em casa, após voltar de um curso supletivo, quando foi abordado por cinco criminosos. Ele
levou sete tiros, chegou a ser
socorrido, mas não resistiu. A
família desconfia de que o carcereiro foi vítima de vingança.
Em abril, ele discutiu com
usuários de drogas.
Hoje e amanhã, o sindicato
dos agentes penitenciários
promete interromper a visita
dos familiares aos presos nas
unidades prisionais do Estado,
em geral marcada entre as 8h e
as 16h. Será um luto contra a
morte de Nilton Celestino. A
Folha apurou, porém, que diretores de unidades prisionais,
pressionados pelos detentos,
pretendem liberar a visita para
evitar rebeliões.
Assim como Silva, A.C.S., 49,
estava na frente de casa. Dois
homens em uma moto atiraram contra o carcereiro. O filho
dele tentou desarmar os agressores. A dupla fugiu, e pai e filho
não se feriram. Para a polícia,
foi um atentado do PCC.
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