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Vizinhos da cratera falam da vida no hotel
Moradores desalojados de áreas próximas ao buraco do Metrô estão há quase seis meses fora de casa
ROBERTO DE OLIVEIRA
DA REVISTA DA FOLHA
Vida de hotel é uma maravilha, prega o senso comum. Não
é preciso arrumar a cama, geralmente fofa e espaçosa, nem
preparar o café da manhã. Bufê
farto, sauna, piscina... Para
quem está a passeio (e de passagem), a experiência costuma
ser aprazível. Agora, imagine
encaixotar a casa num quarto
de hotel por 167 dias.
Era essa a situação, até a última quinta-feira, de 18 famílias
que somam 57 pessoas, ex-vizinhas do canteiro de obras da linha 4-amarela do metrô, que
desabou em Pinheiros (zona
oeste de SP) em 12 de janeiro,
abrindo uma cratera. Foi o
maior acidente da história do
Metrô em danos materiais.
Quase seis meses após o desastre, que deixou sete mortos,
os moradores desalojados ainda não voltaram para suas casas
e continuam vivendo em quatro hotéis na mesma região de
Pinheiros. Alguns tiveram seus
imóveis interditados, outros
aguardam reformas e há ainda
os que esperam fechar acordos
sobre as indenizações.
No dia do acidente, uma sexta-feira, 212 pessoas de 67 famílias foram transferidas para hotéis, segundo o Consórcio Via
Amarela, responsável pelas
obras da linha 4 do metrô, formado pela CBPO Engenharia
(subsidiária da Odebrecht),
OAS, Queiroz Galvão, Camargo
Corrêa e Andrade Gutierrez.
Situação resolvida
Cerca de 70% dos moradores
já tiveram sua situação resolvida, diz o consórcio, que afirma
buscar solução rápida para os
que continuam hospedados,
sem precisar prazos.
Abaixo, você vê a história de
duas das 18 famílias -as demais estão no site da revista
(veja o link abaixo). Boa parte
visita a própria casa por apenas
algumas horas atrás de uma peça de roupa, de um livro ou de
um documento necessário para
dar continuidade às negociações com o consórcio.
Falta de privacidade, liberdade e vida artificial são algumas
das sensações comuns entre essas pessoas que diariamente dividem a mesa do café da manhã, do almoço e do jantar com
vizinhos e colegas do bairro que
enfrentam o mesmo dilema. O
de ser hóspedes permanentes.
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