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Jovens do semiárido começam a criar robô
Escola de excelência em ciência e tecnologia é inaugurada em Serrinha, interior da BA
GIULIANA MIRANDA
DE SÃO PAULO
O semiárido baiano - uma
das áreas mais pobres do Estado- acaba de inaugurar
uma escola de excelência em
ciência e tecnologia.
No Centro de Educação
Científica do Semiárido, em
Serrinha (189 km de Salvador), 400 jovens começam a
dar forma a robôs, maquetes
e animações.
O projeto é ideia do neurocientista Miguel Nicolelis,
49. Considerado pela revista
"Scientific American" um
dos pesquisadores mais influentes do mundo, ele comandou a criação de dois
projetos semelhantes no Rio
Grande do Norte.
O centro funciona como
extensão da escola regular.
Os alunos continuam frequentando as aulas convencionais e, duas vezes por semana, participam de oficinas
que combinam ciência à tecnologia e robótica.
O curso dura dois anos e,
para participar, é preciso estar entre o sexto e o oitavo
ano do ensino fundamental
em alguma escola pública.
A seleção é realizada por
meio de um sorteio -mais de
1.600 alunos se candidataram.
"São jovens que não teriam outra oportunidade de
desenvolvimento. Na minha
opinião, é meu trabalho científico mais importante", afirma Nicolelis, que coordena a
área de neurociência da Universidade Duke (EUA).
As turmas são divididas de
acordo com o conteúdo. Os
alunos não são separados
por idade ou familiaridade
com assuntos. "O intuito é integrar, estimular diálogos",
afirma a diretora Dora Montenegro.
Segundo ela, que também
comanda as escolas de ciência do Rio Grande do Norte, o
objetivo não é formar cientistas profissionais."Queremos
dar uma formação mais ampla. A ciência é só um meio",
diz Dora.
INVESTIMENTOS
A unidade é gerida pela
Associação Alberto Santos
Dumont de Apoio à Pesquisa, uma Oscip (Organização
da Sociedade Civil de Interesse Público).
Gastos com alimentação e
material são pagos pela instituição.
A Prefeitura de Serrinha se
encarrega do transporte dos
jovens, a maioria moradores
de áreas rurais.
O governo da Bahia investiu R$ 5 milhões, que custearão as despesas pelos próximos 18 meses.
Idealizador do centro, Nicolelis pretende levá-lo a outras regiões do Brasil. "Já temos um método consolidado", afirma.
PASQUALE CIPRO NETO
No Mundial, a coluna será publicada no caderno Copa 2010
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