São Paulo, sexta-feira, 01 de julho de 2011

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Registro de acidente de trânsito poderá ser feito pela internet

Novo sistema da Polícia Civil prevê ainda recebimento de queixas sobre TV com defeito e falta d'água, por exemplo

Delegado-geral diz que distritos terão ligação maior com comunidade a partir do segundo semestre em São Paulo

ROGÉRIO PAGNAN
DE SÃO PAULO

A Polícia Civil vai aceitar, a partir do segundo semestre, boletins de ocorrência feitos pela internet para comunicar acidentes de trânsito sem vítimas. Hoje, isso é feito pessoalmente em delegacias ou unidades da Polícia Militar.
Neste ano, pelo menos 40 mil acidentes foram registrados pelas polícias Civil e Rodoviária. A PM não divulgou o número de casos.
A mudança não para por aí. As delegacias também receberão queixas de falta de luz, de água, casos de TV com defeito e até mesmo reclamações sobre separações amorosas. Serão obrigadas a registrar qualquer tipo de reclamação de moradores.
Segundo a polícia, a mudança não vai atrapalhar o registro das ocorrências criminais. No novo sistema, a pessoa pode registrar a queixa pela internet, no computador da delegacia, por escrito -em formulário próprio- ou com ajuda de um policial.

INTEGRAÇÃO SOCIAL
Segundo o delegado-geral Marcos Carneiro Lima, a intenção é transformar as delegacias em "prontos-socorros sociais" e melhorar a imagem da instituição. "Para que as delegacias sejam para a Polícia Civil o mesmo que os bombeiros são para a PM."
O delegado diz que hoje já é possível registrar alguns casos não criminais. Isso, porém, depende muitas vezes da boa vontade do policial.
Agora, diz ele, essas reclamações não serão mais desprezadas. Depois do registro, serão analisadas por um delegado para encaminhamento. Se houver indício de crime, o caso será investigado.
Mas, se for uma relação de consumo ou de "cidadania", a queixa será encaminhada aos "órgãos competentes" como Eletropaulo, Sabesp, Procon ou prefeitura.
Pode servir, pelo menos, para a pessoa se resguardar de problemas futuros.
A presidente da associação dos delegados, Marilda Aparecida Pansonato Pinheiro, diz que essa iniciativa tem um apelo social importante, mas vê problemas na execução devido à falta de funcionários. "Nós não conseguimos dar conta nem do que já temos", afirmou.
A Polícia Civil, que tem cerca de 35 mil funcionários, é responsável pela investigação de todos os crimes, como furtos, roubos e homicídios.
Lima afirma que as delegacias precisarão melhorar sua gestão para atender essa nova tarefa. "Quem não tem atribuição [mais funções] não tem poder", afirmou ele.


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