São Paulo, sábado, 01 de agosto de 2009

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Gripe suína é 3,5 vezes mais letal para grávida e cardíaco

Ministério da Saúde diz que doença também é mais perigosa para os hipertensos

Das 56 pessoas que morreram até o dia 29, 9 eram gestantes; nos últimos dois meses, foram confirmados, em média, 32 novos casos por dia

ANGELA PINHO
JOHANNA NUBLAT
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Pessoas com fatores de risco -sobretudo grávidas, cardíacos e hipertensos -têm 3,5 mais risco de morrer de gripe suína do que as demais, segundo análise do Ministério da Saúde que levou em conta apenas pacientes que desenvolveram a forma mais grave da doença -aquela em que, além de tosse e febre alta, há dificuldade de respirar.
Para a gripe comum, contribuem para o agravamento doenças respiratórias crônicas, gravidez e idade menor do que dois anos. Mas são os idosos os que mais morrem da doença.
Para o ministério, o dado em relação às vítimas de gripe suína reforça sua orientação para que os grupos com fatores de risco sejam priorizados pelos serviços de saúde. São medicados no Brasil apenas esses pacientes e os que chegam em estado grave até 48 horas depois de iniciados os sintomas.
Segundo a pasta, o país registrou, até a manhã de 25 de julho, 10.623 pessoas com a gripe -32 confirmações por dia, em média, nos últimos dois meses.
O ministério usou dados relativos a 56 mortes registradas até o dia 29 -nove (16%) eram gestantes. Mas ao menos 76 pessoas morreram até ontem: 37 em SP, 25 no RS, nove no RJ, quatro no PR e uma na PB.
Desde a chegada do vírus ao país, de cada quatro pacientes com algum tipo de gripe, três são diagnosticados com o H1N1.
Segundo os dados divulgados ontem, a gravidade do vírus é semelhante à verificada nos demais casos de gripe -praticamente um quinto dos pacientes desenvolvem problemas respiratórios mais graves.
O ministério fará um levantamento sobre quantos dos que morreram devido ao novo vírus tomaram o antiviral Tamiflu.
Como as gestantes correm maior risco, a pasta produziu um spot de rádio informando que mulheres "grávidas devem redobrar cuidados contra a nova gripe". Nele, o ministro José Gomes Temporão relembra a recomendação de que as gestantes devem evitar ficar muito tempo em ambientes fechados e reforçar alguns cuidados.
Durante a gravidez, a imunidade da mulher fica mais baixa. Mas médicos ainda não sabem explicar a razão de a doença ser mais perigosa para elas.
O ministério e o laboratório Roche advertem que ainda não há dados suficientes para garantir que o uso de Tamiflu por grávidas não traz riscos aos fetos. Ainda assim, o uso em gestantes com sintoma de gripe suína tem respaldo de autoridades e especialistas em saúde.
Segundo a bula, há "dados insuficientes" para avaliar o potencial em causar "malformações fetais ou toxicidade fetal" e o produto "deve ser usado durante a gravidez somente se o benefício justificar o risco potencial para o feto".
O infectologista David Uip diz que "no risco materno-fetal sempre prevalece [na hora do tratamento] o risco materno".


Colaborou a Sucursal do Rio


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