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Gripe suína é 3,5 vezes mais letal para grávida e cardíaco
Ministério da Saúde diz que doença também é mais perigosa para os hipertensos
Das 56 pessoas que morreram até o dia 29, 9 eram gestantes; nos últimos dois meses,
foram confirmados, em média, 32 novos casos por dia
ANGELA PINHO
JOHANNA NUBLAT
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Pessoas com fatores de risco
-sobretudo grávidas, cardíacos
e hipertensos -têm 3,5 mais
risco de morrer de gripe suína
do que as demais, segundo análise do Ministério da Saúde que
levou em conta apenas pacientes que desenvolveram a forma
mais grave da doença -aquela
em que, além de tosse e febre
alta, há dificuldade de respirar.
Para a gripe comum, contribuem para o agravamento
doenças respiratórias crônicas,
gravidez e idade menor do que
dois anos. Mas são os idosos os
que mais morrem da doença.
Para o ministério, o dado em
relação às vítimas de gripe suína reforça sua orientação para
que os grupos com fatores de
risco sejam priorizados pelos
serviços de saúde. São medicados no Brasil apenas esses pacientes e os que chegam em estado grave até 48 horas depois
de iniciados os sintomas.
Segundo a pasta, o país registrou, até a manhã de 25 de julho, 10.623 pessoas com a gripe
-32 confirmações por dia, em
média, nos últimos dois meses.
O ministério usou dados relativos a 56 mortes registradas
até o dia 29 -nove (16%) eram
gestantes. Mas ao menos 76
pessoas morreram até ontem:
37 em SP, 25 no RS, nove no RJ,
quatro no PR e uma na PB.
Desde a chegada do vírus ao
país, de cada quatro pacientes
com algum tipo de gripe, três
são diagnosticados com o H1N1.
Segundo os dados divulgados
ontem, a gravidade do vírus é
semelhante à verificada nos demais casos de gripe -praticamente um quinto dos pacientes
desenvolvem problemas respiratórios mais graves.
O ministério fará um levantamento sobre quantos dos que
morreram devido ao novo vírus
tomaram o antiviral Tamiflu.
Como as gestantes correm
maior risco, a pasta produziu
um spot de rádio informando
que mulheres "grávidas devem
redobrar cuidados contra a nova gripe". Nele, o ministro José
Gomes Temporão relembra a
recomendação de que as gestantes devem evitar ficar muito
tempo em ambientes fechados
e reforçar alguns cuidados.
Durante a gravidez, a imunidade da mulher fica mais baixa.
Mas médicos ainda não sabem
explicar a razão de a doença ser
mais perigosa para elas.
O ministério e o laboratório
Roche advertem que ainda não
há dados suficientes para garantir que o uso de Tamiflu por
grávidas não traz riscos aos fetos. Ainda assim, o uso em gestantes com sintoma de gripe
suína tem respaldo de autoridades e especialistas em saúde.
Segundo a bula, há "dados insuficientes" para avaliar o potencial em causar "malformações fetais ou toxicidade fetal"
e o produto "deve ser usado durante a gravidez somente se o
benefício justificar o risco potencial para o feto".
O infectologista David Uip
diz que "no risco materno-fetal
sempre prevalece [na hora do
tratamento] o risco materno".
Colaborou a Sucursal do Rio
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