São Paulo, sábado, 01 de agosto de 2009

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PM põe fim a ato favorável aos fretados

Policiais usaram gás pimenta para dispersar manifestação em defesa do serviço; avenida Ricardo Jafet foi fechada

Dois manifestantes foram detidos; em outros pontos da cidade também houve protestos, como nas avenidas Tiradentes e Roberto Marinho

Rubens Cavallari/Folha Imagem
Policiais contêm protesto de usuários de fretados na avenida Dr. Ricardo Jafet (zona sul de SP)

TAI NALON
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Policiais militares da Força Tática usaram gás pimenta para liberar a avenida Ricardo Jafet (zona sul de São Paulo) durante protesto de usuários de ônibus fretados. O ato durou cerca de uma hora no início da noite de ontem.
Ouvindo gritos de "a gente não é bandido", 20 policiais avançaram contra os cerca de 400 manifestantes, que bloqueavam os dois sentidos da via na altura da estação Santos-Imigrantes do metrô. Houve correria entre os participantes.
Dois rapazes foram levados para o 16º DP (Vila Clementino). Segundo a polícia, eles provocaram os PMs e tentaram agredi-los.
A manifestação começou por volta das 17h45, liderada por integrantes da Aebs (Associação dos Executivos da Baixada Santista). Anteontem, o órgão, que congrega usuários de ônibus fretados, teve indeferido um pedido de liminar contra a portaria que estabelece a restrição de circulação dos fretados na capital.
Participaram do ato usuários originários majoritariamente da Baixada Santista, da região do ABC e da zona leste.
Apitos, panfletos e narizes de palhaço foram distribuídos e, aos gritos, manifestantes chamavam o prefeito Gilberto Kassab (DEM) e o secretário dos Transportes, Alexandre de Moraes, de "ladrões de empregos".
Eles dizem que não faz sentido liberar fretados na região da avenida Eng. Luiz Carlos Berrini (zona sul) e não em outras regiões. "Kassab deu um tiro no próprio pé e no pé de cada um de nós", disse Thami Rodrigues Afonso, uma das organizadoras da manifestação.
Motoristas reclamavam.
"Como se reivindica o direito de ir e vir impedindo que os outros façam o mesmo?", disse Antonio Dutra, publicitário.
Outros, impacientes, tentavam forçar a passagem.
Dentro dos ônibus municipais regulares, alguns passageiros diziam apoiar a iniciativa. "Quero ir para casa, mas eles estão no direito deles", afirmou a doméstica Regina Bicalho.
A adesão ao ato, porém, não foi total. Filas acumulavam-se nos pontos de embarque e desembarque de fretados próximos à estação do metrô. Usuários impacientes pediam pelo fim da manifestação.
"Hoje é sexta-feira, eles já se fizeram ouvir, agora só quero ir para casa", desabafou a gerente de recursos humanos Marlene Rodrigues, moradora de Santo André (ABC).
Simultaneamente, outros três protestos contra a restrição ocorreram pela cidade. Manifestantes chegaram a bloquear três faixas no sentido Santana da avenida Tiradentes (centro). Nas avenidas Roberto Marinho (zona sul) e Professor Fonseca Rodrigues (em Pinheiros, na zona oeste) também houve pontos de protesto, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego).
A Secretaria da Segurança Pública não se pronunciou ontem sobre a ação da PM.


Colaborou AFONSO BENITES , da Reportagem Local


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