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BERNARDO VOROBOW (1946-2009)
A generosidade de um cinéfilo e curador
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Para a sorte de algumas gerações de apaixonados por
cinema, Bernardo Vorobow
não se resumiu a ser apenas
um cinéfilo. Era também generoso, conta Carlos Adriano, seu amigo por 25 anos.
Rapaz que surpreendia a
todos ao conseguir cópias de
filmes inéditos e exibi-los
aos amigos da faculdade, ele
se tornou um dos pioneiros
na criação de um circuito de
filmes alternativos em SP.
"Era uma época heroica",
lembra o amigo. Formado
pela segunda turma de cinema da USP, na década de 70,
criou uma vasta rede de relações com embaixadas e até
cineclubes de outros países.
Como diretor da Sociedade Amigos da Cinemateca,
que funcionou no subsolo do
Cine Belas Artes, conseguia
exibir filmes da Albânia, Angola, China, Cuba, México,
Israel, Finlândia etc.
"Ele passava um filme
mesmo se fosse em russo
com legendas em búlgaro."
Homem de esquerda, enfrentou problemas com censores durante a ditadura.
Foi curador de várias mostras e responsável por trazer
pela primeira vez o cineasta
Werner Herzog ao Brasil.
Bernardo foi ainda coordenador de cinema do MAC-USP, criador do setor de cinema do MIS e organizador
do Departamento de Difusão
e Divulgação da Cinemateca
Brasileira. Dirigiu e produziu
filmes e publicou livros.
Morreu anteontem, aos
63, de complicações após
passar por uma cirurgia cardíaca. Não deixa filhos. Foi
enterrado ontem, em SP.
coluna.obituario@uol.com.br
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