São Paulo, sábado, 01 de agosto de 2009

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BERNARDO VOROBOW (1946-2009)

A generosidade de um cinéfilo e curador

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Para a sorte de algumas gerações de apaixonados por cinema, Bernardo Vorobow não se resumiu a ser apenas um cinéfilo. Era também generoso, conta Carlos Adriano, seu amigo por 25 anos.
Rapaz que surpreendia a todos ao conseguir cópias de filmes inéditos e exibi-los aos amigos da faculdade, ele se tornou um dos pioneiros na criação de um circuito de filmes alternativos em SP.
"Era uma época heroica", lembra o amigo. Formado pela segunda turma de cinema da USP, na década de 70, criou uma vasta rede de relações com embaixadas e até cineclubes de outros países.
Como diretor da Sociedade Amigos da Cinemateca, que funcionou no subsolo do Cine Belas Artes, conseguia exibir filmes da Albânia, Angola, China, Cuba, México, Israel, Finlândia etc.
"Ele passava um filme mesmo se fosse em russo com legendas em búlgaro."
Homem de esquerda, enfrentou problemas com censores durante a ditadura.
Foi curador de várias mostras e responsável por trazer pela primeira vez o cineasta Werner Herzog ao Brasil.
Bernardo foi ainda coordenador de cinema do MAC-USP, criador do setor de cinema do MIS e organizador do Departamento de Difusão e Divulgação da Cinemateca Brasileira. Dirigiu e produziu filmes e publicou livros.
Morreu anteontem, aos 63, de complicações após passar por uma cirurgia cardíaca. Não deixa filhos. Foi enterrado ontem, em SP.

coluna.obituario@uol.com.br


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