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YEOCHUA AVRITCHIR (1924-2010)
Um radiologista à moda antiga
FELIPE CARUSO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Quando abriu um consultório de radiologia, em 1956,
em São Paulo, Yeochua
Avritchir precisava de um telefone, o que não era fácil de
se obter na época.
Como não conseguia, foi
até a Câmara Municipal e
acampou na porta até falar
com um vereador. Depois de
dias, saiu de lá com um número para começar sua carreira de radiologista no país.
Nascido em Juiz de Fora
(MG) no mesmo ano em que
seus pais vieram da Palestina, interessou-se pela medicina ao ver o trabalho do médico da família. Em 1949, graduou-se em medicina na Universidade de MG.
Veio para São Paulo e tornou-se monitor no acampamento juvenil judaico em
Santos, onde conheceu
Cyma. Namoram por carta e,
depois, casaram-se.
Em 1950, foi para Israel
com a família para trabalhar
numa clínica, que logo fechou. Por acaso, começou a
trabalhar na radiologia.
Quando o pai morreu, em
1956, voltou para São Paulo.
Um de seus três filhos tornou-se radiologista.
Por 30 anos teve uma clínica na rua Amaral Gurgel. Depois foi para Higienópolis.
Desconfiava das novas
tecnologias. Quando o ultrassom foi inventado, disse
que eram "só risquinhos".
Escreveu quatro livros de
contos de memórias.
Tinha dois sonhos: ver os
netos fazerem o Bar-Mitzvá e
ter uma clínica com elevador.
O primeiro realizou em 2009
e o segundo seria realizado
em agosto com a reinauguração de sua clínica.
Morreu na segunda-feira
(19), aos 85, de falência múltipla dos órgãos, em SP, deixando três filhos e seis netos.
coluna.obituario@uol.com.br
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