São Paulo, domingo, 01 de agosto de 2010

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YEOCHUA AVRITCHIR (1924-2010)

Um radiologista à moda antiga

FELIPE CARUSO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Quando abriu um consultório de radiologia, em 1956, em São Paulo, Yeochua Avritchir precisava de um telefone, o que não era fácil de se obter na época.
Como não conseguia, foi até a Câmara Municipal e acampou na porta até falar com um vereador. Depois de dias, saiu de lá com um número para começar sua carreira de radiologista no país.
Nascido em Juiz de Fora (MG) no mesmo ano em que seus pais vieram da Palestina, interessou-se pela medicina ao ver o trabalho do médico da família. Em 1949, graduou-se em medicina na Universidade de MG.
Veio para São Paulo e tornou-se monitor no acampamento juvenil judaico em Santos, onde conheceu Cyma. Namoram por carta e, depois, casaram-se.
Em 1950, foi para Israel com a família para trabalhar numa clínica, que logo fechou. Por acaso, começou a trabalhar na radiologia.
Quando o pai morreu, em 1956, voltou para São Paulo. Um de seus três filhos tornou-se radiologista.
Por 30 anos teve uma clínica na rua Amaral Gurgel. Depois foi para Higienópolis.
Desconfiava das novas tecnologias. Quando o ultrassom foi inventado, disse que eram "só risquinhos".
Escreveu quatro livros de contos de memórias.
Tinha dois sonhos: ver os netos fazerem o Bar-Mitzvá e ter uma clínica com elevador. O primeiro realizou em 2009 e o segundo seria realizado em agosto com a reinauguração de sua clínica.
Morreu na segunda-feira (19), aos 85, de falência múltipla dos órgãos, em SP, deixando três filhos e seis netos.

coluna.obituario@uol.com.br


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